Paquistão. Marido de Asia Bibi diz que família corre perigo de vida

Ashiq Masih gravou um vídeo a pedir ajuda para sair do país

O caso de Asia Bibi, ilibada pelo Supremo Tribunal paquistanês da pena de morte por blasfémia, ganhou novos contornos internacionais. Ilibada e ordenada a sua libertação, Bibi não foi libertada devido a protestos muçulmanos nas ruas do Paquistão. O marido, Ashiq Masih, garantiu num vídeo que a sua família corre perigo de vida. “Por favor ajudem-nos, corremos perigo no Paquistão”, disse Masih. “Estamos agora a viver sob um crescente sentimento de medo.” 

As palavras foram dirigidas ao presidente dos EUA, Donald Trump, e à primeira-ministra britânica, Theresa May, para que os ajudem a sair do país. O perigo parece ser tão grande que o advogado de Bibi, Saiful Malook, já abandonou o país. 

A decisão do Supremo enfureceu os muçulmanos mais radicais. Milhares foram para as ruas protestar, com as autoridades a terem dificuldade em controlar as multidões. Para pôr cobro aos protestos, o governo paquistanês acordou com o partido Tehreek–i-Labaik, de orientação muçulmana radical, acusar Bibi de tentar fugir do país após a sua libertação em troca de paz social. O governo foi acusado de ceder aos extremistas.

“Tínhamos duas opções: ou usávamos a força, e quando é usada morrem pessoas e isso não é algo que o Estado deva fazer, ou tentávamos negociar, e nas negociações damos e recebemos algo em troca”, disse o ministro da Informação paquistanês, Fawad Chaudhry, à BBC. 

Bibi esteve nove anos presa depois de ser condenada à pena de morte por blasfemar contra o profeta Maomé, mas o Supremo ilibou-a. Bibi é cristã e ter-se-á recusado a converter-se, com um grupo de mulheres a acusarem–na de ter ofendido o profeta. Insultar a figura de Maomé é punível com a morte no país.