O primeiro-ministro disse hoje que "indiscutivelmente, o grande investimento que o país tem que continuadamente fazer é no programa de cuidados primários e continuados”. Para António Costa, impede-se assim que caiam “no sistema hospitalar todas as pressões e todas as necessidades que podem, aliás, com mais eficiência, serem satisfeitas fora do sistema hospitalar e com melhor qualidade e resultados, isso é chave”.
As declarações foram feitas depois de António Costa ter sido questionado sobre o descontentamento de médicos e enfermeiros – que por estes dias cumprem uma greve prolongada nos blocos operatórios de cinco centros hospitalares do país agendada até ao fim do ano -, num debate com cidadãos na Universidade do Minho, em Braga, para assinalar os três anos de Governo.
O primeiro-ministro notou que, durante a legislatura, o Governo não tem passado ao lado desse descontentamento. António Costa lembrou por exemplo que, no caso dos enfermeiros, o efetivo aumentou no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os profissionais passaram a ter uma semana de 35 horas de trabalho. Se há “mais profissionais no SNS é porque temos consciência que havia enorme pressão sobre a carência de enfermeiros. Quando repusemos o horário nas 35 horas foi por termos consciência dessa pressão, quando alagarmos as 35 horas para quem foi contratado com 40 horas foi porque tivemos em conta essa situação”, disse.
“O esforço grande que tem sido feito ao longo destes três anos é procurar recuperar muitos dos fatores que contribuíram para essa tensão”, defendeu o primeiro-ministro, que aproveitou o momento do debate dedicado à Saúde para reiterar que o Governo quer, até ao fim dos quatro anos de mandato, a cobertura total da rede de médicos de família a todos os portugueses.