Pedro Passos Coelho saiu do Governo, substituído pela ‘geringonça’, mas não renegou a austeridade – quer na vida pessoal quer na sua nova vida de professor universitário, que abraçou no meio de forte polémica.
As novas ‘vítimas’ são os alunos da licenciatura da disciplina de Economia Portuguesa e Europeia da Universidade Lusíada cujas notas contrariam o facilitismo que se observa noutros estabelecimentos de ensino. Dos 135 alunos que frequentam a disciplina, só 20 obtiveram nota positiva (acima de dez valores) no primeiro exame realizado pelo ex-primeiro-ministro. E, destes, cinco não passaram dos dez valores.
Em matéria de austeridade, Passos mantém a coerência.
Há dois meses que o ex-primeiro-ministro regressou à universidade onde se licenciou para dar aulas como professor convidado a duas disciplinas semestrais da licenciatura em Economia: Economia Portuguesa e Europeia (1.º semestre) e Política Económica (2.º semestre).
As novas funções de Passos Coelho, como professor universitário, geraram polémica no verão depois de se saber que o seu salário é equiparado à de professor catedrático, escalão de topo na carreira docente universitária.
Além da Universidade Lusíada, o ex-primeiro-ministro está a dar aulas no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), da Universidade de Lisboa, a alunos de mestrado e de doutoramento, à disciplina de Administração Pública. Também nesta instituição de ensino superior pública – presidida por Manuel Meirinho, ex-deputado eleito em 2011 como independente pelo PSD – Pedro Passos Coelho tem um vínculo com a categoria de professor catedrático convidado.
No seguimento das notícias vinda a público a dar conta da contratação de Passos Coelho, os alunos do ISCSP dividiram-se em abaixo-assinados, um contra e outro a favor, da presença do ex-primeiro-ministro na instituição enquanto professor.