Direita veta propostas do PCP e do Bloco sobre contagem de serviço dos professores

PSD e CDS inviabilizaram iniciativas do PCP e do Bloco sobre o descongelamento de carreiras dos docentes. Orçamento só prevê obrigação do governo de negociar com os sindicatos

O parlamento voltou esta terça-feira a votar as propostas do Bloco de Esquerda e do PCP para a contagem integral de tempo de serviço dos professores e o resultado deixou tudo igual ao primeiro dia de votações para o Orçamento do Estado para 2019. Confuso? Vamos por partes. A versão aprovada na segunda-feira prevê apenas que o executivo do PS volte à mesa das negociações para contabilizar o tempo de serviço de descongelamento de carreiras dos docentes. O processo negocial já tinha sido encerrado e o PSD replicou a norma do orçamento de 2018, mas não se comprometeu a defender os nove anos de contagem de serviço, exigidos pelos sindicatos.

O Bloco de Esquerda e o PCP deram a mão ao PSD e ao CDS, mas queriam ir mais longe. A contagem integral do tempo de serviço – nove anos, quatro meses e dois dias – deveria ser feita e paga num prazo de sete anos. Foi isto que os comunistas defenderam e, por isso, avocaram outra vez a sua proposta para nova votação. O resultado foi igual ao do primeiro dia de votações do Orçamento, na versão de especialidade. Assim, a contagem de tempo integral de serviço dos docentes não fica expressamente prevista no Orçamento do próximo ano. A versão aprovada só prevê a obrigação do executivo de negociar com os sindicatos uma solução.