A Altice Labs acaba de dar o primeiro passo para descentralizar os seus serviços com a inauguração de um polo em Viseu, no próximo dia 7 de dezembro. «Esta aposta vai ao encontro do nosso compromisso que é de ter polos regionais. É uma descentralização a partir de Aveiro», refere ao SOL, Alcino Lavrador, diretor-geral da Altice Labs, o centro de inovação do grupo.
De acordo com o responsável a escolha desta cidade foi simples: os polos têm de estar associados às dinâmicas locais e um dos objetivos da Altice Labs passa pela aposta no desenvolvimento, implementação e monitorização de produtos, serviços e soluções inovadoras e de referência no âmbito das cidades inteligentes (smart cities). «Viseu tem vindo a afirmar-se como a cidade do futuro não só pela visão que apresenta, mas também através dos vários projetos que têm sido desenvolvidos. É uma cidade onde as pessoas gostam de viver porque é sustentável onde há uma elevada qualidade de vida», diz Alcino Lavrador. A partir daí, cabe à Altice Labs desenvolver a tecnologia associada a essa visão e levar essas soluções para outras geografias. A aposta não se limita apenas a Portugal, a ideia é implementar os produtos tecnológicos em outros países onde o grupo está presente, nomeadamente os Estados Unidos, França, Israel e República Dominicana.
Caberá a este polo desenvolver uma plataforma urbana para tratar os dados da cidade de forma a poder gerir questões ligadas, por exemplo, à mobilidade, energia e água. Ou seja, modelos que poderão ser facilmente aplicados a outras cidades do mundo.
Aliás, essa a missão da empresa. Para o CEO da operadora, «a Altice Labs é um verdadeiro braço armado do pioneirismo, da investigação e do desenvolvimento de produtos e serviços da Altice Portugal. É a partir de Aveiro que tem saído inovação made in Portugal para todo o mundo, tocando milhões de pessoas, nas mais variadas geografias. Não queremos circunscrever esta inovação a apenas um ponto do país. Pelo contrário, queremos dinamizar o ecossistema tecnológico de várias regiões, contribuindo para a captação de projetos e cérebros, bem como para a criação de sinergias no crescimento de startups», refere ao SOL.
Mas as vantagens não ficam por aqui. Segundo Alexandre Fonseca, a operadora está também desta forma a «apoiar o desenvolvimento económico destas comunidades, a captação de investimento, a criação de emprego e fixação de população».
O presidente da autarquia vê com bons olhos esta aposta por parte da Altice Labs. «É a primeira vez que sai de Aveiro para criar um polo fora de portas e essa escolha recaiu em Viseu, o que tem um significado especial para uma cidade que tem vindo a atrair e a fixar talento», refere ao SOL, Almeida Henriques. E lembra que, nos últimos dois anos e meio, a cidade conseguiu reter cerca de 200 engenheiros.
A verdade é que a aposta nesta cidade não é nova. E exemplo disso, é a instalação de um dos seus contact centers da operadora em Viseu, assim como o desenvolvimento de projetos que fazem de Viseu uma verdadeira Smart City, com a tecnologia ao serviço das pessoas e da sustentabilidade das cidades. «Esta parceria de investimento e de estratégia de desenvolvimento económico e social entre a Altice Portugal e o Município de Viseu tem-se demonstrado estratégica não apenas para Viseu mas para toda esta região que acaba por sentir as consequências positivas destes tipos de projeto», lembra Alexandre Fonseca.
Aposta na descentralização
Mas este polo em Viseu não vai ser um caso isolado e representa uma das várias descentralizações destes laboratórios que ocorrerão em todo o país. «A proximidade é um dos vetores chave da nossa estratégia. A Altice Portugal vai continuar a investir e a dinamizar o interior do país», refere ao SOL, Alexandre Fonseca.
No início do próximo ano será a vez da inauguração do polo na Madeira e para o segundo trimestre o de Olhão. «Na Madeira já há um projeto identificado com o Governo Regional, com as academias e com as empresas e vamos começar a trabalhar de forma imediata», refere Alcino Lavrador.
O responsável confessa ao SOL que há muitas autarquias interessadas em desenvolver este projetos, mas todos terão de ser analisados com cuidado e sempre com a preocupação de captar os recursos humanos adequados. «É cada vez mais difícil encontrar recursos ligados às tecnologias de informação face à elevada procura, aliada à forte concorrência de multinacionais».
Ainda assim, admite que o que seria desejável «era ter um polo em cada cidade portuguesa», no entanto, garante que prefere que cada projeto avance com calma e com todos os recursos necessários.