Interpol nega estar a investigar governo Venezuelano

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano afirmou que a Procuradora Geral da Venezuela “entregou à Interpol um relatório que contém detalhes muito concretos” sobre o financiamento do regime chavista aos partidos de outros países

A Interpol – Organização Internacional de Polícia Criminal nega estar a investigar Hugo Chávez ou Nicolás Maduro no caso do financiamento do partido espanhol Podemos.

Em causa estão as declarações do presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela, Miguel Ángel Martín Tortabú – que exerce o cargo exilado depois dos juízes do STJ terem sido destituídos pelo regime –, na Comissão de Investigação de Financiamento dos Partidos Políticos.

“A Procuradora Geral [da Venezuela], Luísa Ortega [também exilada], já entregou à Interpol um relatório que contém detalhes muito concretos sobre os mil milhões de dólares entregues pelo regime chavista para fundar partidos noutros países, entre eles Espanha”, disse Miguel Tortab, citado pelo Observador.

Ao i, fonte da Interpol afirma que a organização não se pode envolver em assuntos políticos, religiosos, militares ou raciais, segundo o artigo 3 da constituição.

“Todos nós, venezuelanos, víamos na televisão o senhor Pablo Iglesias e o senhor Juan Carlos Monedero [também fundador do Podemos], porque Chávez era uma pessoa histriónica e gostava de se gabar deles”, terá dito ainda o juiz venezuelano.

As suspeitas do apoio do governo de Hugo Chávez ao partido espanhol Podemos surgiram depois de ter sido descoberto que o Centro de Estudos Políticos e Sociais – uma organização anticapitalista por onde passaram diversos dirigentes do partido – recebeu perto de sete milhões de euros provenientes do regime venezuelano.