Desilusão. É este o sentimento que paira não só entre os clubes protagonistas da final da Taça dos Libertadores, Boca Juniors e River Plate, como em todos os adeptos do futebol.
Depois do ataque, a 24 de novembro, por parte dos adeptos millonarios ao autocarro em que seguia o plantel xeneize, com destino ao Monumental Nunez, para a 2.ª mão da final da prova, o encontro decisivo acabou por ser alvo de vários adiamentos.
E na semana passada ficou, entretanto, a saber-se a decisão final da CONMEBOL: exportar o jogo derradeiro para Madrid, mais especificamente para o Santigo Bernabéu.
Após conhecerem a decisão do organismo que rege o futebol sul-americano, os dois colossos argentinos foram lestos a mostrar a sua insatisfação.
O River assegurou que não foi negligente na segurança e garantiu que a decisão «prejudica quem adquiriu os bilhetes» e «afeta as condições de igualdade». «A responsabilidade pelas falhas de segurança de dia 24, ocorridas fora do perímetro do evento foram – além de pública e notoriamente – assumidas abertamente pelas mais altas autoridades do Estado», lê-se no comunicado emitido pelos millonarios.
Da parte do Boca, o jogador Tévez admitiu que «é estranho jogar um River-Boca em Madrid».
A verdade é que os xeneixe e os millonarios iniciaram esta quinta-feira a preparação na capital espanhola. Apesar da distância, a segurança continua a ser a questão central deste encontro, com um amplo dispositivo que irá manter-se até ficar concluída a 2.ª mão da final.
Nesta quarta-feira, o líder da claque organizada do Boca Juniors acabou mesmo por ser deportado para a Argentina mal chegou a Madrid. Trata-se de «um dos barra-bravas [líderes de claque] mais significativos e perigosos e com numerosos antecedentes», explicou à AFP um porta-voz da polícia espanhola.
Recorde-se que este será o último ano em que a final da Taça dos Libertadores será disputada a duas mãos. Em 2019, a champions sul-americana conhecerá o vencedor em apenas um jogo, que será disputado em campo neutro.
O emblema que sair vitorioso do Bernabéu será o representante sul-americano no Mundial de Clubes, que arranca a 12 de dezembro.
Durante as duas semanas em que o desfecho da Libertadores foi uma incógnita, vários episódios marcaram esta final histórica, já que é a primeira vez que se joga entre os dois colossos argentinos.
Recorde-se que o presidente do Boca deixou clara a posição de que o clube não iria entrar em campo para defrontar o River e admitiu levar o caso «até às últimas instâncias» para os xeneizes serem declarados campeões sem entrarem novamente em campo. De relembrar que um dos argumentos mais invocados foi o jogo entre os dois clubes, em 2015, dos oitavos-de-final da mesma prova. À data, e após uma situação idêntica, o Boca Juniors acabou mesmo por ser desclassificado da Libertadores. Do outro lado, o líder dos millonarios contra-atacava. «Por que não querem jogar? Não somos assim tão bons. Podem ganhar-nos!», ironizava, em resposta ao seu homólogo do Boca, mostrando-se preocupado com a imagem que os dois clubes estão a passar do futebol argentino.
A 1.ª mão, disputada no La Bombonera, terminou com um empate a duas bolas.