O Ministério Público já está a investigar o acidente do helicóptero do INEM no passado sábado. A Procuradoria-Geral da República confirmou ao i que foi instaurado um inquérito "para apurar as circunstâncias que rodearam a ocorrência". As investigações são dirigidas pelo Ministério Público do DIAP do Porto.
O acidente vitimou os quatro ocupantes do aparelho, uma equipa de emergência médica do INEM que, na tarde de sábado, tinha transportado uma doente grave de Bragança para o Hospital de Santo António, no Porto. Regressavam à base quando o helicóptero se despenhou na serra de Santa Justa, em Valongo, depois de embater contra uma antena.
O helicóptero fez a última comunicação para o INEM às 18h30 e desapareceu dos radares às 18h38, hora a que se terá despenhado. O primeiro alerta foi dado por populares através do 112. Num primeiro momento esteve no terreno apenas a GNR. Durante os briefings da madrugada de sábado, a Proteção Civil disse só ter sido alertada para a ocorrência às 20h15. A NAV Portugal, empresa responsável pela navegação área, veio entretanto a público informar que tentou contactar os CDOS do Porto, Braga e Vila Real, mas não teve sucesso. Já a Força Aérea terá sido avisada às 19h40. As buscas acabaram por só ser reforçadas durante a noite. O local de impacto do aparelho foi determinado pouco depois das 00h de domingo e o aparelho, assim como as vítimas, foram localizados pela 1h30, todas sem vida.
Com várias informações contraditórias e sem respostas fechadas para o que terá demorado o reforço de meios na serra de Santa Justa ao início da noite de sábado, o Ministério da Administração Interna determinou à Proteção Civil a abertura de um inquérito técnico urgente relativamente ao funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e lançamento de alertas. Também o Gabinete de Prevenção e Investigações de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários já iniciou uma investigação de segurança ao acidente com o helicóptero do INEM. Os trabalhos no terreno começaram na manhã de domingo, assim que foi possível aos investigadores acederem ao local.
“A avaliação preliminar dos destroços que foi possível realizar até ao momento indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona. Essa colisão pode ter tido origem em diversas causas possíveis, o que apenas após a reunião de toda a informação necessária e no decurso do aprofundamento do processo de investigação poderá ser devidamente esclarecido”, indicou ontem o GPIAAF. “As informações recolhidas até ao momento indicam que a aeronave não estava equipada com dispositivo de registo de dados de voo, nem tal era um requisito, o que introduz na investigação do acidente um maior grau de incerteza e de morosidade.”
O GPIAAF prevê emitir o primeiro relatório sobre o acidente esta semana.