Depois das reuniões desta sexta-feira entre o Governo e os sindicatos dos enfermeiros – CNESE, FENSE, ASPE e Sindepor – para negociar a carreira dos profissionais, a classe decidiu manter o pré-aviso de greve.
"Está em apreciação por parte do governo e dos ministérios da Saúde e das Finanças a possibilidade de nos apresentarem uma carreira com três categorias e esta é uma abertura que esperamos com expectativa que venha a acontecer. Contudo, o pré-aviso mantém-se", disse aos jornalistas a responsável da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), Lúcia Leite.
Apesar da intenção de avançar com a greve, em comunicado a tutela de Marta Temido considera que "as reuniões decorreram num clima de entendimento negocial" e mostra-se disponível para "continuar a trabalhar em conjunto com os sindicatos na construção de uma carreira de enfermagem que reflita as preocupações da profissão, incluindo a possibilidade de estudo de uma estrutura de carreira com três categorias que integre o enfermeiro especialista".
A sindicalista anunciou que os enfermeiros vão enviar um memorando de entendimento, hoje, ao governo. A ideia é que, "através da assinatura desse memorando com a ministra da Saúde e o ministro das Finanças", os sindicatos possam "cancelar a próxima greve, se houver esses compromissos". Casos esses compromissos não existam, a paralisação conhecida como greve cirúrgica 2 avança. "Se não houver esses compromissos, no dia 14 iniciaremos a greve cirúrgica”, garantiu Lúcia Leite no fim da reunião.
Na próxima sexta-feira, dia 11 de janeiro, sindicatos e ministério voltarão a reunir-se para tentar chegar a acordo sobre as reivindicações dos enfermeiros, que a responsável recordou. “O que nós pretendemos é que haja um descongelamento imediato de todos os enfermeiros, respeitando a integração na nova tabela sem comprometer a progressão. Que todos tenham esse descongelamento no imediato, que haja um reconhecimento do suplemento de especialista para todos os enfermeiros que já foram identificados pelas instituições e que estão à espera de abertura de vagas. Em relação à carreira, estamos dependentes de duas questões: de que a carreira tenha efetivamente três categorias e que haja um acordo de protocolo negocial, uma adenda de pelo menos 90 dias, que nos permita debater em ACT todas as matérias que não são resolvidas através do diploma”, afirmou.