Os colégios continuam a usar a coroa dos rankings, dominando as primeiras posições. Mas este é um cenário que tem vindo a mudar nos últimos anos. Pelo terceiro ano consecutivo, a escola pública continua a melhorar os resultados dos alunos nos exames nacionais, tanto no básico como no secundário, e tem vindo a ganhar terreno aos privados nos primeiros lugares do ranking. Este ano, entre os 100 estabelecimentos de ensino mais bem classificados, o número de escolas públicas volta a subir, sobretudo no secundário. Para os professores e diretores – que salientam que a escola pública «não trabalha para os rankings» – a melhoria dos resultados deve-se a vários fatores, que vão desde o trabalho dos professores à transferência de alunos dos colégios para a escola pública, tendência que se tem vindo a registar nos últimos anos.
Entre as 100 escolas com as médias de exames nacionais do 12.º ano mais elevadas, há agora 51 públicas, quando no ano passado eram 46. Um aumento tímido mas, se recuarmos a 2016, encontrávamos apenas 37 escolas públicas a ocupar as primeiras 100 posições no ranking do secundário. Já entre o básico, este ano o número de escolas públicas a ocupar os 100 primeiros lugares sofreu uma ligeira descida, passando de 29 estabelecimentos de ensino, no ano passado, para as 27 escolas este ano. Mas esta pequena descida do número de escolas entre as 100 com as médias mais altas não espelha, de todo, piores resultados para a escola públicas. No ranking geral do básico, desenhado pelo b,i. a primeira escola pública a aparecer sobe dez posições, subindo do 23.º lugar que ocupava no ano passado para o 13.º lugar este ano. E se recuarmos a 2016, seria necessário descermos ao 27.º lugar do ranking geral para encontrarmos uma escola pública.
Além da subida de posições na tabela geral, também as notas médias dos exames nacionais do 9.º ano – Português e Matemática – subiram. Este ano há menos 27 escolas públicas com médias negativas (abaixo dos 50 valores numa escala de 0 a 100).
Em 2018, a escola pública que conseguiu o melhor resultado nos exames de 9.º ano foi a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga, que registou uma média de 79,8 valores (numa escala de 0 a 100) em 98 exames realizados pelos alunos que frequentaram as aulas todo o ano letivo (alunos internos). No ano passado, esta escola ocupava a 38.ª posição do ranking geral desenhado pelo b,i. e era a segunda escola pública com as médias mais altas nos exames, registando 75,2 valores.
O topo do ranking do básico é ocupado pela Academia de Música de Santa Cecília, onde os alunos internos registaram uma média de 87,7 valores nas 96 provas realizadas.
Também no secundário a melhoria nos resultados é cada vez mais acentuada. O número de escolas públicas entre as 100 mais bem classificadas sobe este ano de 46 para 51, há uma ligeira subida na média dos exames e são cada vez menos os estabelecimentos de ensino com uma média negativa (abaixo de dez valores numa escala de 0 a 20).
Este ano, a primeira escola pública a surgir na tabela é a Escola Básica e Secundária Clara de Resende, no Porto, com uma média de 12,8 valores nas 494 provas realizadas. No ranking geral do secundário a escola está na 27.º posição. Em 2017, esta escola ocupava o 40.º lugar do ranking geral e era a quarta pública com a média mais alta, registando 12,37 valores.
A primeira posição da tabela geral é ocupada pela 5.ª vez consecutiva pelo Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, com uma média de 15,3 valores nas 485 provas realizadas.
O ranking elaborado pelo b,i. tem como base os resultados dos exames nacionais dos alunos internos. No caso do secundário são tidas em conta as médias dos exames das 22 disciplinas do 12.º ano, e são analisadas as escolas onde são realizadas mais de 100 provas, o que resulta numa amostra de 510 estabelecimentos de ensino. No básico são tidas em conta as escolas com mais de 50 provas realizadas (ver nota metodológica).
Entre o total de 1.051 escolas básicas que preenchem os critérios do b,i. há 905 que são públicas, sendo as restantes 146 privadas. No secundário, entre as 510 escolas analisadas há 431 públicas e 79 privadas.