A compra de novos aviões por parte da TAP tem provocado vários problemas nos voos em que essas aeronavas são usadas, nomeadamente com a carga transportada, obrigando a um ‘emagrecimento’ do avião, para não colocar em causa a segurança. Medida que tem sido adoptada sempre que o problema se coloca.
A transportadora decidiu avançar com a encomenda de vários novos aviões, nunca antes testados, de forma a poder crescer e avançar com novas rotas. Mas, com a Rolls-Royce a ser confrontada com vários problemas por causa dos motores em vários modelos, um pouco por todo mundo, a questão veio bater à porta da companhia aérea, já que os problemas se estendem ao novo modelo. «Há limitações e problemas nos motores e estão a resolver», revelaram várias fontes da aviação. Por exemplo, a aposta no inovador A330 neo serve, de acordo com a companhia, o objetivo de poder ser rei no longo curso, mas, como é novo, precisa de mais testes e de olhar mais atento por parte de todos os intervenientes, desde a tripulação à fabricante.
A TAP tomou posição através de um comunicado interno, descansando os trabalhadores: «Na sequência da notícia hoje [sábado passado] publicada na edição do Jornal SOL, enviamos para esclarecimento de todos o seguinte Comunicado Interno: Não existe qualquer limitação de passageiros e as novas aeronaves A330 NEO já ao serviço da companhia têm tido uma eficiência operacional maior do que a média da frota da TAP e acima da expectativa do fabricante. As novas aeronaves estão aptas a fazer voos com lotação máxima. Em qualquer voo, de qualquer aeronave, o payload de carga é ajustado aos passageiros e ao volume de combustível abastecido».
Na nota que chegou aos trabalhadores da transportadora aérea era ainda sublinhado que «a TAP pode assegurar que os primeiros três meses de operação destas aeronaves foram um absoluto sucesso, avaliado e comprovado pela Airbus».
Ao SOL, o Portal da Queixa, uma plataforma de reclamações, esclarece: «Em 2019 foram registadas 104 reclamações, desde janeiro a 21 de fevereiro, dirigidas à TAP. Tal significa um aumento de 154% face ao período homólogo de 2018. Houve um total de 609 reclamações dirigidas à TAP em 2018, e apenas 32 foram dadas como resolvidas. Não existe registo de qualquer resposta por parte da marca nas insatisfações apresentadas».
Na notícia avançada pelo SOL, um dos pontos referidos diz respeito aos voos para os EUA. A informação recolhida pelo SOL dizia que nada parecia garantir que os novos aviões estivessem aptos para fazer todos os voos, que estavam pensados, nomeadamente, para os EUA – que, aliás, ainda não deram todas as certificações indispensáveis aos novos Airbus (por exemplo, na linha de S. Francisco). E este foi exatamente um dos temas abordados no comunicado: «Os novos aviões A330 NEO já estão certificados para os Estados Unidos. O Airbus A330 NEO tem tido uma ótima performance desde a sua entrada ao serviço da TAP. Os novos A330 NEO já têm certificação da EASA para ETOPS 300 minutos, o que comprova a fiabilidade dos motores Rolls-Royce Trent 7000». No documento da transportadora esta afirmação de François Caudron, vice-presidente da Airbus, é dada assim como garantida.
Em cima da hora de fecho desta edição, a Direção de Comunicação da TAP reiterou ao SOL o teor do comunicado.