A lista às eleições europeias de 26 de maio – ontem oficialmente marcadas pelo Presidente da República – só estará fechada amanhã, dia da comissão política nacional do partido e uma das incógnitas é o futuro do líder da federação do PS/Porto, Manuel Pizarro. A direção nacional do partido propôs o nono lugar, numa zona cinzenta, com riscos acrescidos para garantir a eleição, e o visado ainda não respondeu ao primeiro-ministro e secretário-geral socialista. A decisão só deve ser conhecida em cima da comissão política, que servirá para aprovar a lista.
De acordo com informações recolhidas pelo SOL há quem acredite que Pizarro irá aceitar o lugar e desdramatizar a proposta de António Costa, menos prestigiante para alguns socialistas do PS/Porto.
Em aberto está também o quarto lugar da lista socialista, ganhando força a tese de que a eurodeputada Maria João Rodrigues deverá ficar fora da equipa, na sequência de um processo de assédio laboral. O quarto lugar caberá sempre a uma mulher, seguindo a lógica da paridade, e a deputada Margarida Marques tem sido apontada como uma alternativa.
Nos Açores existe ainda alguma pressão para que o nome escolhido – André Bradford – fique no quinto lugar, tal como em 2014, mas o arquipélago pode ficar representado no sexto lugar. Quanto à Madeira, a escolha não deverá recair na eurodeputada Liliana Rodrigues, mas a decisão só deve ser conhecida também em cima da reunião da comissão política do partido.
Confusão no PSD
O processo de elaboração das listas está mais atrasado no PSD e já existe uma certeza: o antigo presidente do parlamento Mota Amaral não aceitará ficar no oitavo lugar. A primeira abordagem da direção nacional ao PSD/Açores não correu da melhor forma. Ao SOL, Mota Amaral não quis tecer qualquer comentário, remetendo todo e qualquer esclarecimento para o presidente do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio. No início desta semana a RTP/Açores já dava conta que a solução pensada pela direção nacional seria a de uma posição em lugar não elegível para o também antigo líder regional açoriano.
O líder do PSD, Rui Rio, recusou ontem fazer comentários: “Não tenho a dizer nada, nem se está aberta [a lista] nem se está fechada”, limitou-se a dizer aos jornalistas o presidente social-democrata, à margem de uma visita ao SISAB – o Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas – enquanto visitava o pavilhão dos Açores e elogiava a manteiga e o queijo daquele arquipélago.
Entretanto, a proposta do cabeça de lista do PS nas Europeias, Pedro Marques, de promover debates com os demais adversários está a gerar polémica. O cabeça de lista do Aliança, o independente Paulo Sande, considerou inaceitável que a proposta só inclua partidos “com os candidatos já com assento no Parlamento Europeu”. Em comunicado, o candidato acrescentou que “esta visão é um atentado à democracia”.