Ferraz da Costa não elenca as profissões onde acha que esse sobrepagamento existe, mas questionado sobre o exemplo dos professores considera que “são dos mais bem pagos ou os segundos mais bem pagos em paridade de poder de compra da União Europeia”.
Mas os salários de uma forma geral continuam a ser muito baixos…
Não estou a dizer que os salários devem ser altos ou baixos. Acho que para muitas pessoas até são mais altos do que deviam, pois não deviam ser tão altos para os que apresentam maior absentismo ou para os que não se importam com o que se passa ou para os que ficam em casa. Está muito mal repartido. Tinha de haver uma avaliação mais séria, se calhar devia-se apostar numa parte variável. Mas é evidente que temos um movimento sindical que, no essencial é comandado por líderes comunistas, que defendem um modelo económico-social que não existe em sítio nenhum com sucesso então por aí não chegar a sítio nenhum com certeza.
O facto de o governo ser apoiado por partidos de esquerda não influenciará estas paralisações?
Eles pensavam que era o contrário, como estavam apoiados pelos partidos de esquerda teriam paz social.
E garantiram essa paz durante os dois primeiros anos…
Garantiram enquanto lhes interessou e agora provocam instabilidade porque lhes interessa. Querem mostrar a força.
Mas o que é certo é que o país tem parado…
Em parte sim e, com isso, perdemos muitas oportunidades, o que terá consequências ao nível global. Não é muito natural que praticamente não haja nenhum país da União Europeia que não nos vá ultrapassando. Lembro-me de ir ao Leste da Europa quando começaram a sair dos regimes comunistas e aquilo era uma coisa assustadora em termos de atraso, o que não se verifica agora.
Leia a entrevista na íntegra na edição de fim de semana do i, já nas bancas