Sindicato dos Médicos pode avançar com greve de internos no SNS

“A ministra da Saúde parece querer empurrar os médicos para formas de luta extremas”

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) pode avançar com uma greve de médicos internos. Em causa está a forma como o Governo tem tratado estes profissionais em formação especializada, avança a agência Lusa.

O secretário-geral do Sindicato Independente avançou que está em contacto com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM). Citado pela agência Lusa, Roque da Cunha explica que o objetivo é "o endurecimento dos protestos", que poderá resultar numa greve.

Segundo um documento a que a Lusa teve acesso, a comissão nacional de médicos internos do SIM está indignada com as recentes declarações de Marta Temido. As palavras da ministra da Saúde "reforçam uma eventual proposta para a obrigatoriedade" de os internos ficarem no Serviço Nacional de Saúde (SNS) após a conclusão do internato da especialidade

No mesmo documento, os médicos internos defende que a capacidade de formação do SNS encontra-se “no limite”, uma vez que os internos são 9 mil neste momento.

"A ministra da Saúde parece querer empurrar os médicos para formas de luta extremas. Afinal, o que aconteceria se os médicos internos, que correspondem a um terço dos médicos do SNS, suspendessem funções em contexto de greve?", questiona a comissão.

De acordo com a comissão, é preciso criar condições para que os jovens médicos queiram permanecer no SNS, entre estas condições está a abertura antecipada de concursos e mais condições de trabalho.