Rui Rio falava em Braga, no jantar comemorativo do 1º de Maio, organizado pelos TSD (Trabalhadores Social Democratas) na presença de dois candidatos do PSD ao Parlamento Europeu, Paulo Castro Rangel e José Manuel Fernandes, disse ser preciso repensar o sindicalismo que não está bem quando algumas classes profissionais com um maior poder reivindicativo conseguem o que querem, enquanto os restantes trabalhadores não têm hoje sindicatos fortes para os defenderem como devem ser defendidos, será mesmo preciso um debate, porque se não fizermos isso, não é o Partido Socialista que está capaz de o fazer”.
Segundo Rui Rio, muito aplaudido durante o jantar realizado no Espaço Vita, em Braga, “ao assistirmos, na Assembleia da República, ao Partido Socialista pretender uma norma de exceção para magistrados em Portugal, poderem ganhar mais que o primeiro-ministro, isto é ceder aos mais fortes, mas ‘esquecer-se’ de todos os outros trabalhadores da função pública que ganham salários muito baixos e o que constitui um fraco sentido de Estado”.
“Nós não poderemos colocar o Estado de pernas para o ar e não percebo porque é que na função pública deva haver quem ganhe mais do que o primeiro-ministro, seja qual for o primeiro-ministro, do partido a ou do partido b, mas há aqui uma injustiça enorme, porque basta ver quando ganha um professor, um médico, um enfermeiro ou um militar”, afirmou Rui Rio, chamando a atenção “para o que já hoje ganham os magistrados em Portugal”, acrescentando que “com vinte e poucos anos de idade um juiz em Portugal já vai ganhar 3.324 euros, quer dizer, aquilo que um professor consegue sequer no fim da sua carreira”.
“A culpa não é obviamente dos magistrados, mas sim a responsabilidade é de quem está no Governo, quando tem um país com greves por tudo quanto é lado e que faz um braço de ferro com médicos, professores, enfermeiros e camionistas, enfim com todos os outros profissionais, pelo que se estivermos à espera do PS para mudar este estado de coisas, então, desculpem-me a expressão, podem crer que poderemos mesmo esperar sentados”.
Rui Rio analisou a situação económica, considerando que “este Governo tem um modelo de crescimento assente na distribuição e no consumo privado, em vez de um modelo de crescimento assente nas exportações e no investimento, para obter mais-valias, porque nós temos de produzir bens transacionáveis para exportamos e não o que acontecia em larga medida antes da chamada da troika, como sucede agora com um Governo como é o atual, que gasta naquilo que dá votos, mas que poupa naquilo que garante o nosso futuro”.
O presidente do Partido Social Democrata preconizou, entretanto, políticas públicas que sejam amigas do investimento e da iniciativa privada, estou aqui a falar principalmente nas pequenas e médias empresas, não em meia dúzia de grandes empresas que distorcem o próprio capitalismo e nem sequer fazem concorrência entre si próprias, mas não é esse o modelo de crescimento, como o apoio ao empreendedorismo, como faz aqui a Câmara Municipal de Braga, o que tive ocasião de presenciar durante esta minha visita a Braga”.