A conta oficial do Instagram do primeiro-ministro, António Costa, dá conta da solenidade do momento que o Governo vive, após a reposição do tempo de serviço dos professores, aprovada esta quinta-feira no Parlamento com os votos favoráveis de todos os partidos à exceção do PS.
As duas fotografias da reunião da coordenação política do Governo, que António Costa convocou de urgência para esta manhã, parecem mostrar o semblante carregado dos governantes que participam no encontro.
“Na sequência das decisões tomadas ontem pela Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, convoquei para esta manhã uma reunião extraordinária do núcleo de coordenação política do Governo, com a presença do Ministro da Educação”, lê-se na publicação da conta oficial do primeiro-ministro, que também teve direito a hashtags: #antoniocosta#primeiroministro #xxigoverno#republicaportuguesa #ropm #saobento#lisboa #portugal
A situação parece grave e o SOL apurou que todos os cenários, incluindo a demissão do Governo, estão em cima da mesa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, número dois do Executivo de Costa, acusou esta manhã, ainda antes da reunião, os parceiros políticos do Governo, PCP e Bloco de Esquerda, de “grande irresponsabilidade” na aprovação da reposição do tempo de serviço dos professores, e não afastou o cenário de uma eventual demissão.
Antes o líder parlamentar da bancada dos socialistas, a única a votar contra a reposição, tinha aberto essa hipótese, sublinhando que "o país torna-se insustentável e ingovernável se não houver um mínimo de disciplina orçamental".
Já Catarina Martins desdramatizou o clima pesado, dizendo que o ambiente de crise política é apenas aparente, chegou mesmo a apelidá-lo de “artificial”.
Por seu lado a líder do CDS, Assunção Cristas, acusa o Governo de se vitimizar e de “montar uma fantochada”.
Recorde-se que o Parlamento aprovou na quinta-feira, só com os votos contra dos socialistas, uma alteração ao decreto do Governo estipulando que o tempo de serviço a recuperar aos professores serão nove anos, quatro meses e dois dias.
Na sequência desta aprovação, o primeiro-ministro António Costa decidiu convocar uma reunião com os membros da coordenação política do Governo para esta manhã. Sendo que o encontro conta também com a presença extra do ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues.
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