“O princípio da irresponsabilidade financeira é consumir hoje pensando que não temos que pagar no futuro. E é aí que a irresponsabilidade reside neste diploma. Ele foi feito de tal maneira irresponsável que esconde a despesa, que manhosamente coloca no futuro – e numa discussão que se colocaria todos os anos com elevadíssimo prejuízo para a escola pública – o tempo a recuperar”, afirmou o ministro das Finanças, em entrevista à SIC.
Relativamente ao facto de António Costa ter admitido que se demite caso a lei seja aprovada na votação final global, Centeno garante que o Executivo fez tudo o que tinha de fazer.
“Estamos com a consciência de que fizemos o que tínhamos que fazer”, adiantou, acrescentando ainda que o Governo fez tudo o que podia, não só relativamente a esta questão, como também “em relação ao futuro do equilíbrio financeiro do país".
“Na sua raiz, este diploma corresponde às propostas do CDS e do PSD, o que a Esquerda fez foi abster-se em boa parte do diploma para deixar passar a Direita. O que ontem vimos foi a Esquerda a desviar-se para ser ultrapassada pela Direita e aprovar algo que não estava nas nossas posições comuns”, defendeu Centeno.
“Nenhum partido com assento parlamentar colocou esta matéria no seu programa eleitoral”, acrescentou.
Sobre o impacto financeiro que a aprovação do documento pode vir a ter, o ministro das Finanças reiterou o que já havia sido dito pelo primeiro-ministro.
“Passamos de uma despesa de 240 milhões de euros para uma despesa de 800 milhões de euros. Esta é a diferença”, esclareceu.
Recorde-se que os deputados do PSD, CDS, PCP e BE aprovaram esta quinta-feira a recuperação integral do tempo de serviço dos professores – os docentes irão recuperar 3411 dias, ou seja, nove anos, quatro meses e dois dias. Apenas o PS votou contra esta proposta conjunta.
{relacionados}