O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou esta terça-feira, na TVI, que é "absolutamente vital" que qualquer solução aprovada sobre o descongelamento de carreiras dos professores " não origine desquilibiros orçamentais".
Sobre o que se passou na passada quinta-feira, Rui Rio negou que tenha havido algum recuo do partido e considerou que a votação na Comissão de Educação não teve o efeito que motivou a ameaça de demissão do primeiro-ministro. “Se tivesse havido uma votação na comissão teríamos votado contra”, avisou, assegurando a articulação com a bancada. Mas foi avisando: “Eu nem deputado sou, muito menos daquela comissão”. Depois explicou que demorou dois dias a reagir e a explicar a sua posição "porque não é corredor de velocidade" e demora sempre algum tempo a reagir. "A política não é uma correria, para ver quem chega primeiro".
O presidente do PSD afirmou ainda que “é impossível fazer as contas” sobre o descongelamento integral da carreira de docentes, e que, na ótica, do PSD, a reposição de carreiras pode ser feita de uma forma combinada, para acautelar o descongelamento de nove anos de carreira, que passa, por exemplo, pela antecipação da reforma de professores. “Logo, não representa acréscimos de custos”, declarou na entrevista, sublinhando que “hoje há mais professores do que é preciso dada a escassez de alunos”.
No próximo dia 10, o PSD irá votar contra qualquer versão que não acautele o equilíbrio orçamental, ou seja, trava a crise política anunciada na passada sexta-feira. Contudo, Rui Rio questionou os encargos de 800 milhões de euros anuais contabilizados pelo Governo para descongelar 3411 dias de carreira dos docentes, porque os custos rondarão os 480 milhões de euros líquidos. O resto é recuperado pelos impostos pagos.
O líder do PSD assegurou ainda que não falou com o Presidente da República por estes dias, porque isso seria dar valor “a uma farsa” de António Costa.
Incómodo no PSD
Entretanto, há uma nova polémica interna. “Se Sá Carneiro não tivesse feito um partido, se calhar teria ido para o PS”. A frase foi proferida por Rui Rio no 45º aniversário do PSD, no Porto e o objetivo era criar uma situação de humor, mas a ideia não caiu bem entre sociais-democratas que não gostaram da referência, sobretudo em pleno cenário de crise política, de acordo com informações recolhidas pelo i junto de alguns sociais-democratas. Que optaram pelo anonimato.