Anúncios na internet e em jornais: foi desta forma que dois homens, de 42 e 51 anos, aliciaram vítimas e transmitiram a ideia de que intermediavam, a troco de uma comissão, a concessão de créditos a juro baixo com uma instituição financeira internacional.
Durante a sessão de julgamento, que arrancou esta segunda-feira, ao coletivo de juízes, os arguidos confessaram ter-se conhecido através de amigos comuns e que, inicialmente, tratavam apenas de certificação de empresas e de apoio a clientes. No entanto, os homens são acusados de vender certificações falsificadas através de uma empresa internacional, registada em 2008, em Delaware, nos EUA. Para além disto, são acusados de ter criado um falso fundo de investimentos online.
"Estou aqui à espera de ser elucidado. Desconheço o porquê desta acusação”, avançou o alegado criminoso de 42 anos. A verdade é que o amigo, de 51 anos, preferiu não “prestar declarações nesta fase”, enquanto o arguido mais novo explicou que, acerca do funcionamento do fundo de investimento, “não sabia” nada. No entanto, é um dos investidores da plataforma Big Victory e tinha um capital social de 10 mil milhões de dólares.
De acordo com a acusação, os suspeitos exigiam – para além da comissão de intermediação – dinheiro para participação numa sociedade offshore ou abertura de contas em bancos internacionais. Caso não tivessem meios financeiros, os interessados podiam dar bens imóveis como garantias.
Segundo a inspetora da PJ responsável pela fase inicial do processo, os alegados burlões geriam esta rede a partir de um escritório na Avenida Fernão de Magalhães, no Porto. De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal, citado pela agência Lusa, os "esquemas fraudulentos de captação de valores e bens alheios” eram a principal atividade dos arguidos.
Os homens estão a ser julgados por três crimes de burla qualificada.