A teia é grande. O presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso – detido ontem – está no centro de um mega esquema de viciação de concursos públicos e favorecimentos pessoais. Joaquim Couto e a sua mulher, Manuela Couto, também detida na Operação Teia, já tinham estado debaixo de fogo por um esquema idêntico que visava o Turismo do Porto e Norte (Operação Éter). Desta vez são suspeitos de negócios menos claros com o IPO do Porto e com a Câmara Municipal de Barcelos, cujos presidentes (Laranja Pontes e Miguel Costa Gomes, respetivamente) foram também detidos.
Mas as suspeitas não se ficam por aqui e ao que o i apurou Joaquim Couto, que é membro da comissão política nacional do PS, está a ser investigado em outros inquéritos. Além disso, no âmbito da Operação Teia não estará para já descartada a hipótese de virem a ser constituídos arguidos mais autarcas do norte.
Esta investigação da unidade de combate à corrupção da PJ do Porto, coordenada por Orlando Mascarenhas, está “centrada nas autarquias de Santo Tirso, Barcelos e Instituto Português de Oncologia do Porto”, tendo sido detetada a “existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de autarcas e organismos públicos, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto com o objetivo de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular”.
Na prática suspeita-se que as empresas de Manuela Couto, na área da comunicação, tenham sido escolhidas pelo IPO e pelo Município de Barcelos de forma irregular, em total desrespeito pelas regras da contratação pública. Joaquim Couto, como homem influente, terá conseguido exercer a sua influência sobre o presidente da Câmara Municipal de Barcelos e sobre o presidente do IPO Porto nesse sentido.
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