Mário Centeno apresentou-se na Comissão de Trabalho e Segurança Social, desta quarta-feira, para a última audição regimental da legislatura. O economista começou por apontar que, num momento de balanço e prestação de contas, “o Governo demonstra que cumpriu os seus compromissos assumidos”.
“Na audição regimental anterior, referi-me a esta legislatura como ‘a legislatura do emprego de qualidade e das famílias’. Esta afirmação é uma afirmação inequívoca porque os números assim o demonstram, sem margem para dúvidas” afirmou Centeno, ilustrando a sua tese com dados que estabelecem uma analogia entre 2016 e o ano corrente: o desemprego caiu de 12,4% para 6,8% – o valor mais baixo desde 2002 – sendo que o número de desempregados caiu 290 mil. Para além disso, há menos 240 mil famílias com desempregados nos seus núcleos e menos 90 mil famílias com todos os membros ativos desempregados – recorde-se que, em 2015, existiam 180 mil famílias em que todos os membros estavam sem emprego, ou seja, houve uma redução de 50%.
“Tudo isto não se deve ao acaso, a milagres ou a fatores externos. Deve-se a um conjunto de políticas estrategicamente orientadas, através das quais o Governo tem criado as condições para a dinamização da economia, das qualificações e do emprego”, esclareceu o atual presidente do Eurogrupo, lembrando também que foi reposto o horário de trabalho das 35 horas para os trabalhadores com vínculo de emprego público e o valor das horas extraordinárias e foi realizado o descongelamento das carreiras. No primeiro trimestre de 2019, o emprego público representava 14% da população empregada e a taxa de feminização mantinha-se na casa dos 60%.
No que diz respeito à Administração Pública, Centeno fez questão de mencionar que a percentagem de trabalhadores que tem formação superior aumentou 6% desde 2015 “depois de ter caído 3% na legislatura anterior” e que, em fevereiro, foi lançado o programa Qualifica AP “para que os trabalhadores elevem as suas qualificações e disponham de mais e melhores oportunidades profissionais”.