Portugal apoia Moçambique com 1,2 milhões de euros após ciclones

700 mil euros vão sair do Orçamento do Estado para ajudar na reconstrução das zonas afetadas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou ontem a criação de um fundo de apoio à reconstrução de infraestruturas em Moçambique, após os ciclones que devastaram aquele país africano, entre março e abril, no valor de 1,2 milhões de euros. A medida foi apresentada em Lisboa, no Palácio Foz, na IV Cimeira Luso Moçambicana, onde os dois executivos assinaram ainda treze acordos bilaterais.

António Costa explicou a repartição do fundo de apoio: 700 mil euros oriundos do Orçamento do Estado e 500 mil euros de “contribuições de parceiros”. Os parceiros são, além de autarquias, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Apifarma. O fundo ficará sob gestão do Instituto Camões.

O primeiro-ministro português realçou ainda que existem outras fontes de apoio para a reconstrução como o InvestimoZ ( 16,1 milhões de euros), um fundo com parcerias luso-moçambicanas e empresas portuguesas, Isto sem contar com o “primeiro projeto ao abrigo do recentemente criado Compacto Lusófono, traduzido numa concessão para a disponibilização de crédito pela banca às pequenas e médias empresas de Moçambique no valor de cerca de 30 milhões de euros”, conforme reforçou António Costa, citado pela Lusa.

“Temos uma longa história, mas também queremos ter um longo futuro”. Foi com esta frase que o primeiro-ministro português selou a IV Cimeira bilateral entre os dois países.

Do outro lado, o presidente de Moçambique ouviu e defendeu que Portugal deve ser a porta de entrada do seu país para o mercado europeu: “Queremos que Portugal seja a porta de entrada de Moçambique para o mercado europeu, já é, mas é preciso consolidar para que seja para a África Austral e toda a África”, declarou Filipe Nyusi.

Caso Américo Sebastião Na conferência de imprensa conjunta do primeiro-ministro, António Costa, e do presidente moçambicano, o caso do empresário português Américo Sebastião, raptado a 29 de julho de 2016 na província de Sofala, não passou ao lado da agenda. Nyusi explicou aos jornalistas que o processo não é uma matéria de Estado. “Queria que os portugueses percebessem que esse não é um assunto de Estado, pelo menos pela parte de Moçambique. Coisas como essas em Moçambique durante os 16 anos que tivemos de conflitos acontecem muito”, declarou o presidente moçambicano. Costa garantiu, por seu turno, que “Moçambique e a família contam sempre com todo o apoio do Estado português”.