O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, deixou um alerta ao Governo e ao PS. É "fundamental uma clarificação" sobre o caminho a seguir com o setor privado na Saúde.
“Há um problema para resolver na sociedade portuguesa, o de saber se o Governo vai cumprir o que a Constituição diz, ou vai transformar o direito à saúde num negócio para os privados, para os grandes grupos económicos”, afirmou, citado pela Lusa, Jerónimo de Sousa, que esteve na Foz do Arelho, no distrito de Leiria, num encontro com militantes de pré-campanha.
Os parceiros de esquerda chegaram a acordo para viabilizar uma nova lei de bases da Saúde, que não faz referências às Parcerias Público-Privadas no setor, mas Jerónimo de Sousa considerou que é "preciso agora legislação para concretizar essa lei de bases”. Ou seja, o PCP quer ter garantias de que a regulamentação, prevista no acordo, para a gestão pública do Serviço Nacional de Saúde não abre a porta a negócios com os privados. Em causa está um período de 180 dias, previsto após a publicação da nova lei de bases, acordado com o PCP e o Bloco de Esquerda.
“Não estamos a falar da contratualização de uma clínica, de um laboratório para fazer uns exames, para acudir a necessidades que o Estado não é capaz de responder, mas dos grandes grupos económicos”, defendeu o secretário-geral dos comunistas.