João Matos Fernandes, ministro do Ambiente, defendeu esta quarta-feira a urgência de arrancar com a reutilização das águas residuais tratadas.
“Devemos arrancar já na reutilização dos efluentes. O esgoto tratado é água, embora não seja potável, nem para beber", disse o ministro, citado pela agência Lusa, à margem do encerramento de uma cerimónia pública em Faro, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.
De acordo com o governante, as águas residuais tratadas podem ser reutilizadas, por exemplo, na lavagem de ruas e na rega de culturas permanentes ou jardins urbanos.
"A reutilização das águas residuais pode, de facto, injetar mais quase 20% da água no ciclo urbano dessa mesma água e o Algarve está aqui numa posição de grande privilégio", acrescentou João Matos Fernandes, fazendo assim uma alusão aos 30 milhões de euros investidos nas novas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Companheira e de Faro-Olhão.
De acordo com o ministro, estas infraestruturas estão "preparadas, sem quase ter de se fazer mais nada", para que o esgoto tratado seja reutilizado.
"Aplicar [a reutilização] a um ciclo da água que já é circular, aproveitando o esgoto tratado é a opção mais inteligente e mais normal do mundo", reiterou.
Além da reutilização do esgoto tratado, João Matos Fernandes defendeu ainda que uma outra solução para combater a seca é a dessalinação de água do mar, que apesar de ser um processo caro, pode ser viável.
O Governo pretende reutilizar 10% do esgoto tratado até 2025 e 20% até 2030.