A Unitel é uma das empresas que vai deixar de ter participação do Estado angolano. A empresa está na extensa lista de alienações que foi aprovada em Conselho de Ministros, e a esta soma-se parte da Sonangol EP, a companhia de aviação TAAG, a Endiama, os bancos BAI e Económico SA, entre outros. Ao todo, e até 2022, serão privatizadas 195 empresas das mais variadas atividades: petróleo, agricultura, indústria, turismo, transportes, telecomunicações, finanças e diamantes. A lista já foi publicada no Diário da República de dia 5. A Comissão Económica do Governo aprovou o programa de privatizações, documento que identifica as empresas públicas ou de domínio público a serem privatizadas no âmbito da redução da intervenção do Estado na economia como produtor direto de bens e serviços, e da promoção de condições favoráveis à iniciativa privada, ao investimento estrangeiro e à aquisição de know-how em competências específicas. A alienação será feita através de oferta na bolsa de valores (Oferta Pública Inicial e leilão em bolsa), num processo que ‘traz maior transparência’, e por concurso (concurso público e concurso limitado por prévia qualificação) no caso de não ser possível ‘implementar o recurso à oferta na bolsa’.
A operação vai ser feita através do Banco Mundial e o plano já estava previsto antes do acordo de assistência com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A secretária de Estado para as Finanças e Tesouro, Vera Daves, chegou a admitir: «O Estado não é bom a gerir empresas e devemos deixar quem tem mais talento a tornar as empresas mais lucrativas para criarem empregos e ajudarem o país a crescer mais».
Esta lista de privatizações surge depois de o Governo ter aprovado o Plano Integrado de Comunicação sobre o Ajustamento dos Preços Fixados, que, após a subida no tarifário da água, abriu caminho ao aumento do preço dos combustíveis (para o dobro) e da eletricidade.
Recorde-se que, o preço dos combustíveis é tabelado pelo Estado angolano.