O ministro Pedro Nuno Santos recebeu o porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, pelas 16h no Ministério das Infraestruturas. O líder do SNMMP Francisco São Bento e Bruno Fialho, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, acompanharam Pardal Henriques. "A greve será suspensa a partir do momento em que as negociações forem iniciadas", esclareceu São Bento aos jornalistas.
Sabe-se que o Ministério Público está a analisar as afirmações de Pardal Henriques relativamente ao não cumprimento dos serviços mínimos e da requisição civil. "A Procuradoria-Geral da República encontra-se a analisar a questão com vista a decidir se há ou não algum procedimento a desencadear no âmbito das competências do Ministério Público", pode ler-se num comunicado enviado pela PGR à agência Lusa.
Pelas 17h, a agência Lusa noticiou que a associação de revendedores de combustíveis (Anarec) registou "com agrado" a redução do número de postos da REPA exclusivos de 52 para 26, no entanto, apelou à sua extinção "ainda que temporária" tendo em conta a capacidade dos não exclusivos. Segundo a Anarec, os postos da REPA não exclusiva "estão em condições de fazer face às necessidades de abastecimento das entidades prioritárias". A associação pediu ao Executivo que a REPA funcione apenas com postos não exclusivos.
Corriam as 18h05 quando o líder do PSP, Rui Rio, iniciou a sua intervenção sobre a greve. "O Governo montou um circo mediático e colocou-se de um dos lados da barricada", disse acrescentando que o Executivo "não procurou a mediação do conflito". Para Rio, "o PSD não participou no circo" e sublinhou mesmo: "Não estou aqui para o espetáculo, não é a minha especialidade. Chegados aqui, o PSD apela à boa-fé de ambas as partes e à isenção do Governo de modo a que possa ser um árbitro a sério. Esta forma de atuar do Governo custou aos portugueses demasiados prejuízos e, sobretudo, alarme social. Não havia necessidade", referiu.
O Bloco de Esquerda manifestou-se na voz de Catarina Martins que afirmou que a ANTRAM “tem tido uma posição de intransigência e autoritarismo que nos parece grave, não é com humilhação de trabalhadores que se conseguem avanços”, explicando que “o que se exige neste momento é que a ANTRAM se sente a negociar, sem pré-condições”. Durante uma visita à praia da Leirosa, Martins disse que o país “precisa dessa serenidade e responsabilidade das negociações para andar para a frente na sua mobilidade, como nos direitos dos trabalhadores, que devem ser respeitados” sendo que “a luta dos motoristas chamou a atenção do país para a forma como trabalham, com longas horas de trabalho e salários base muito baixos".