O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado (STRN) desconvocou esta sexta-feira um segundo período de greve, marcado para os dias 19 a 24 deste mês, depois de um primeiro período que durou toda a semana passada, mas já este sábado divulgou um comunicado onde ameaça fazer nova greve e até adotar outras medidas de protesto caso as suas pretensões de aumento de salários, progressão nas carreiras e a reforma dos serviços não sejam atendidas.
"Se, nos próximos dias, não existir, por parte do Governo, vontade de encetar conversações de uma forma séria e justa, o STRN ponderará avançar de novo para a greve e para outras formas de protesto, até que as suas pretensões sejam aceites", pode ler-se em comunicado emitido este sábado.
O STRN garante que a adesão da greve que teve início na última segunda-feira rondou os 90%, referindo ainda que “em muitos pontos do país, [o protesto] encerrou por completo conservatórias e outros serviços”. "A greve só não atingiu os 100 por cento porque alguns trabalhadores foram obrigados, ilegalmente, a assegurar os serviços mínimos decretados pelo Governo", acusa aquela entidade. Na quinta-feira, Arménio Maximino, presidente do sindicato, já havia anunciado que irá apresentar uma queixa-crime contra o Instituto dos Registos e Notariado, pelo que considera um crime de desobediência referente aos serviços mínimos decretados pelo Governo.
"Depois do apelo do Governo aos motoristas de matérias perigosas para que desconvocassem a greve e optassem pela via do diálogo e das negociações com a associação patronal, os trabalhadores dos registos e notariado decidiram dar um sinal de boa fé, um passo em frente, desconvocando a greve marcada entre os dias 19 e 24 deste mês", disse Arménio Maximino na sexta-feira.
As reivindicações do STRN têm em conta a última proposta do Governo para o estatuto remuneratório, que dizem “provocar um corte nos salários, bem como a progressão na carreira e a reforma dos serviços do registo, que vivem num autêntico caos”. O sindicato engloba cerca de 4000 trabalhadores, mais de 80 por cento da totalidade que exerce funções nas Conservatórias e noutros serviços dos Registos e Notariado.