Rui Rio considera que as declarações de António Costa sobre o Bloco de Esquerda e o PCP refletem "ingratidão" e "medo" por parte do Partido Socialista de perder votos para os bloquistas nas próximas eleições legislativas. "Nós não devemos andar na política à espera de gratidão, efetivamente não, mas a ingratidão não é uma coisa bonita. Aquilo que eu noto e leio naquela entrevista é efetivamente uma relação com quem o apoiou que mostra uma forma de estar”, realçou o líder do PSD, referindo-se à polémica entre PS e BE como "um divórcio violento".
As declarações de Rio tiveram lugar durante a 40.ª edição da AGRIVAL — Feira Agrícola do Vale do Sousa, em Penafiel. O dirigente máximo dos sociais-democratas referia-se à entrevista a António Costa publicada este sábado no "Expresso", onde o Primeiro-ministro se referia ao Bloco de Esquerda como um partido "de mass media", que "vive na angústia de ter de ser notícia", ao contrário do PCP, "um verdadeiro partido de massas, que tem outra maturidade institucional".
"O que eu pessoalmente não acho bonito – e isso eu não faço – é, por exemplo, o que está a fazer o Partido Socialista, que andou com o Bloco de Esquerda de braço dado durante quatro anos e agora que precisa está com medo de que os votos da esquerda fujam para o BE", atirou Rui Rio, aludindo às críticas de António Costa ao BE como uma "tática política".
O líder do PSD referiu-se ainda ao seu partido como o único de alternativa ao atual Governo. "Só dois partidos podem ter aspirações a ganhar as eleições, os outros aspiram naturalmente a ter o melhor resultado possível. Agora, alternativa ao atual Governo do Partido Socialista só há o PSD, isso não há por onde fugir. É assim há muitos anos e é assim que vai continuar a ser", frisou.