A vice-governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, foi o nome escolhido pelo primeiro-ministro para o cargo de comissária europeia.
Ainda não é conhecida oficialmente a pasta que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai atribuir a Elisa Ferreira, mas António Costa já garantiu que o pelouro da comissária indigitada «corresponde aos interesses próprios de Portugal». Também o Presidente da República já disse que a pasta «é um ótimo pelouro para Portugal».
Tudo aponta para que Elisa Ferreira deverá herdar o pelouro dos Fundos Estruturais, a pasta que o primeiro-ministro ambicionava. Esta é aliás, uma pasta onde a comissária indigitada conta com vasta experiência, tendo sido ministra do Planeamento durante o segundo Governo de Guterres (entre 1999-2002). E Elisa Ferreira também já sublinhou que «nunca aceitaria uma pasta na qual não sentisse que não tinha desenvolvido as competências e experiência suficientes».
Outra das possibilidades que tem sido apontada é o pelouro dos Assuntos Económicos e Financeiros. Esta seria a pasta que o ministro das Finanças, preferia, segundo as declarações de Mário centeno no SummerCEmp, que decorreu esta semana em Monsaraz.
Saída do Banco de Portugal
No entretanto, Elisa Ferreira ainda não se desvinculou do Banco de Portugal. De acordo com o banco central, a comissária indigitada «vai exercer as suas funções de vice-governadora enquanro o processo de nomeação para o executivo europeu o permitir». No banco central, Elisa Ferreira é responsável pelo Departamento de Supervisão Prudencial e é a representante da instituição no Conselho de Supervisão do BCE.
Desta forma, no limite, Elisa Ferreira só deverá deixar o cargo no Banco de Portugal no final de outubro. Isto porque, todos os comissários indigitados (26 no total) terão ainda de ser ouvidos no Parlamento Europeu numa audição para que o seu nome seja aprovado, o que só deverá acontecer a 22 de outubro.
Só depois de terem sido aprovados pelo Parlamento, a Presidente da Comissão, Ursula von der Leyen e os novos comissários são nomeados formalmente pelo Conselho Europeu. A tomada de posse da nova estrutura da Comissão Europeia está marcada para dia 1 de novembro.
A escolha de Elisa Ferreira como próxima comissária foi aplaudida pelo Presidente da República, por antigos e atuais governantes, pelo anterior Comissário, Carlos Moedas, e pelos partidos políticos.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, Elisa Ferreira «é um nome muito bom» para representar Portugal na Comissão Europeia contando com «uma experiência europeia de excelência».
Entre os primeiros 12 Estados-membros da Comunidade Económica Europeia, Portugal era, até agora, o único país que nunca tinha tido uma comissária europeia.