António Costa admitiu esta quarta-feira, numa entrevista à SIC Notícias, que o PSD é uma “natural alternativa ao Governo socialista” e que poderá haver acordos pontuais com o partido de Rui Rio em matérias estruturais para o país. No entanto, rejeita um solução de Governo com o PSD.
Questionado se Rui Rio continua a ser o seu grande adversário, o secretário-geral do PS admite que “o PSD é o principal partido da oposição e terá sempre um papel fundamental”.
“É uma natural alternativa ao governo socialista", admitiu.
Embora assuma a possibilidade de acordos pontuais com o PSD, o primeiro-ministro rejeita de forma liminar a formação de um governo de Bloco Central.
"As soluções tipo bloco central são contranatura e empobrecem a democracia, que ganha em ter alternativas. Se Rui Rio se refere a reformas [Rio admitiu estar disponível para acordos], sempre o defendi também", defendeu.
O líder do PS afastou ainda um cenário com o Bloco de Esquerda ou o PCP no Governo, defendendo que estes devem apenas fazer parte de uma solução como a desta legislatura. Em causa estão as diferenças entre os partidos.
“Um governo tem de ser uma entidade coesa. Nem PCP, nem BE, podiam adotar algumas das medidas que aprovámos [se estivessem no Conselho de Ministros]. E nenhum dos partidos evoluiu nos seus fundamentos políticos para mudarmos de posição sobre essa matéria”, disse.
“Não vale a pena estragar um casamento quando há uma boa amizade”, voltou a referir, como já havia dito noutras ocasiões.
Também a permanência, ou não, de Mário Centeno no próximo Governo voltou a estar em cima da mesa.
“Cada um é livre de decidir o seu destino. Mas quando ele diz que quer continuar a ser presidente do Eurogrupo, precisando para isso de ser ministro das Finanças, creio que a resposta está dada”, rematou.