O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, voltou a sublinhar este domingo que o voto na CDU “conta e conta bem para impedir a maioria absoluta do PS”, nas eleições de 6 de outubro. Uma ideia que já tinha defendido na abertura da quadragésima terceira edição da Festa do Avante. Mas o discurso de uma hora tinha mais três mensagens: a da confiança, o da mobilização e o de apelo a “todos os que já alguma vez votaram na CDU, lembrando que o seu voto na CDU nunca foi traído, foi sempre honrado”, é certo e seguro.
Num discurso de uma hora no encerramento da Festa do Avante, Jerónimo de Sousa desfiou argumentos para sublinhar que, nesta batalha não há vencedores antecipados e deu o guião aos seus camaradas para captar votos num tempo que é curto e de muito trabalho até às eleições legislativas. “Não há vencedores antecipados, nem deputados previamente eleitos e que todos os caminhos do reforço da CDU estão em aberto”, assegurou Jerónimo de Sousa para pedir mobilização aos seus camaradas.
“ Precisamos da disponibilidade de todos e de cada um para levar este importante combate de vencido”, pediu Jerónimo já depois de ter elaborado uma lista de argumentos sobre o que é o voto na CDU: um voto certo e seguro, segundo o PCP, na defesa dos direitos dos trabalhadores, dos salários e até das pequenas e médias e empresas que deixaram de fazer o pagamento especial por conta (pelo menos, está suspenso durante três períodos de tributação segundo o Orçamento do Estado para 2019).
A intervenção de Jerónimo alternou entre as batalhas ganhas pela CDU nos últimos quatro anos e os alertas de que os avanços não estão garantidos. “Foi possível com o contributo do PCP e do PEV um processo de reposição de direitos e rendimentos e avançar com novas conquistas que se traduziram em melhorias das condições de vida dos portugueses”, sublinhou Jerónimo, interrompido algumas vezes pelos presentes na festa que gritavam o slogan “assim se vê a força do PC”.
O dirigente comunista destacou, contudo, que “ninguém se iluda” porque o que se avançou “não está garantido”. Jerónimo foi mais longe nos apelos e pediu, aos seus camaradas que se “dirijam” a todos os eleitores que já votaram CDU para voltar a fazê-lo. E foi mais longe: “Vamos ao encontro de quem nunca votou na CDU para destacar que é, nesta Coligação Democrática Unitária, PCP-PEV, que encontram o grande espaço de convergência de democratas e patriotas, de todos aqueles que querem que o País avance nos salários e pensões, nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado, no investimento público e na dinamização económica, na produção nacional e no trabalho com direitos”, pediu o líder do PCP.
A meta, neste ponto, foi clara. Jerónimo disse que é preciso “ crescer em votos e deputados”, mas, a primeira tarefa será “confirmar e alargar a nossa influência nos círculos” onde o PCP elegeu e tem deputados. “Não deixaremos de travar com determinação a batalha pela eleição de deputados da CDU naqueles onde não os temos”, assegurou também o secretário-geral comunista.
Jerónimo lembrou ainda que as eleições de 2015 demonstraram que se desfez a ideia de que as legislativas servem para eleger primeiros-ministros. “Não! Não são para eleger primeiros-ministros! São para eleger deputados. A vida política nacional recente desfez esse engano, com o decisivo contributo do PCP”, reclamou Jerónimo.