A segunda fase do processo de alienação do Banco Caixa Geral – Brasil arranca hoje e os três investidores selecionados pelo Governo têm até 25 de novembro para apresentar propostas vinculativas. Na corrida está a empresa de investimentos brasileira Artesia Gestão de Recursos, o Banco ABC Brasil (detido pelo Arab Banking Corporation, com sede no Bahrein) e o Banco Luso Brasileiro (detido parcialmente pelo grupo Amorim).
Segundo a informação constante da resolução do Conselho de Ministros, houve 132 investidores a quem a CGD propôs fazerem propostas indicativas pelo banco detido a 100% pela CGD no Brasil, tendo sido recebidas apenas três intenções de aquisição indicativas, pelo que foi sobre estas que o Conselho de Ministros deliberou.
Recorde-se que esta foi uma das alienações acordadas com a Comissão Europeia em troca da recapitalização do banco público. A par da operação no Brasil foi também acordada a venda dos negócios da Caixa em Espanha, África do Sul e Brasil.
Já no ano passado, foi decidido vender o banco de Espanha ao Abanca (que comprou em Portugal a operação do Deutsche Bank) e o sul-africano Mercantile Bank ao fundo de investimento Capitec Bank Limited. Estas duas operações ainda não foram concretizadas, faltando autorizações regulamentares.
Brilharetes da legislatura
A performance da Caixa Geral de Depósitos até já foi elogiada por Mário Centeno ao considerar o banco público é visto como um dos “brilharetes” deste Governo. A garantia foi dada pelo ministro das Finanças, numa entrevista para as páginas das redes sociais do Partido Socialista, ao garantir ainda que não vê “razões para que aconteça” algo de mal ao sistema financeiro português. “Temos os bancos mais capitalizados do que tínhamos, com rácios de rentabilidade e crédito malparado melhores”, disse.
Personal trainer Na véspera do arranque da operação em Espanha, o banco público aproveitou para lançar a sua nova aposta. Trata-se da aplicação DABOX e com esta nova ferramenta os clientes da Caixa passam a ter acesso a um personal trainer financeiro no seu smartphone. A ideia segundo a instituição financeira é permitir aos clientes “tomar melhores e mais informadas decisões financeiras”, acrescentando que é o resultado do investimento na transformação digital do banco.
Esta aplicação permite aos utilizadores adicionar contas à ordem dos principais bancos a operar em Portugal, passando a ter uma visão integrada das suas disponibilidades financeiras. “Permite ainda ter, automaticamente e em segundos, graças a um poderoso motor analítico, todos os seus movimentos categorizados em, por exemplo, lar, alimentação, transportes, compras, lazer e saúde, entre outros”, revelou a instituição financeira.
E as dicas não ficam por aqui: “O utilizador consegue saber, a qualquer momento, quanto dinheiro tem para gastar até ao final do mês e em que categorias está a gastar o seu rendimento, além de ser alertado para pequenos detalhes que podem fazer toda a diferença: débitos duplicados, movimentos estranhos ou a ocorrência de saldos anormalmente baixos. Adicionalmente, o utilizador pode também definir objetivos de poupança e orçamentos específicos para determinado tipo de despesas, que são monitorizados pela app, para ajudar a gerir melhor o rendimento disponível”, refere.