Choveram bombas na Faixa de Gaza e rockets em Israel após as forças armadas israelitas abaterem Baha Abu al-Atta, de 42 anos, líder da brigada Al-Quds, o braço armado do grupo Jihad Islamica, assim como a sua esposa. Foi um assassinato seletivo sem precedentes nos últimos anos, contra um líder de milícia assinalado como inimigo número um de Israel nas últimas semanas – o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, descreveu Al-Atta como um “uma bomba-relógio”. Ao mesmo tempo, os meios de comunicação estatais sírios acusaram Israel de lançar um míssil sobre a casa de um dirigente da Jihad Islâmica em Damasco, matando duas pessoas – Tel Aviv não comentou.
“Israel executou dois ataques coordenados, na Síria e em Gaza, como declaração de guerra”, disse o líder da Jihad Islâmica, Khaled Al-Batsh, no funeral de al-Atta, segundo a Reuters. Os presentes dispararam armas para o ar e gritaram: “Vingança!”. Seguiu-se o lançamento de mais de 200 projéteis sobre Israel, por parte da Jihad Islâmica, ativando os alarme nas zonas mais próximas de Gaza – que chegaram a ser ativados em Tel Aviv. Seguiram-se ataques de retaliação com aviões de combate e tanques israelitas – ambulâncias percorreram as ruas de Gaza, ainda segundo a agência norte-americana.
“Quem pensar que é possível magoar os nossos cidadãos e escapar ao nosso longo braço está enganado”, declarou Netanyahu. O episódio arrisca ser o gatilho para uma espiral de violência, numa altura em que Israel e o Hamas – que governa a Faixa de Gaza – mantêm um cessar-fogo à cinco anos.
Apesar de o Hamas e da Jihad Islâmica terem um inimigo comum, nem sempre tiveram as melhores relações. Enquanto o Hamas é responsabilizado pelas condições dos civis da Faixa Gaza, acabando por aceitar alguns compromissos com Tel Aviv, a Jihad Islâmica tem mais margem de manobra. Afirmou-se com a segunda força neste território, a mais militante na sua ação contra Israel – minando o Hamas em diversas ocasiões.