A concelhia do CDS da Póvoa de Varzim vai propor que possa participar no próximo congresso do CDS como delegado. Gostava de ir ao congresso?
Sinto-me honrado com o convite da concelhia. Seria, para mim, prestigiante poder representar enquanto militante de base os militantes da Póvoa do Varzim, mas já expliquei ao presidente da concelhia que não posso aceitar esse convite.
Não vai ao congresso…
Não. Respeito o convite, isso tem de ficar claro, mas creio que estando eu à espera de uma explicação que solicitei à secretaria-geral do partido [sobre o adiamento do pedido de refiliação], e não me tendo sido dada essa explicação, não faria sentido estar a ser candidato a delegado ao congresso nestas circunstâncias. Isso não ajudaria a esclarecer esta situação. Agradeço o convite, mas não vou ser candidato a delegado.
Diogo Feio defendeu que o seu regresso ao CDS só deve ser avaliado pela próxima direção do partido e disse que ‘Manuel Monteiro criou um partido para fazer mal ao CDS’. Como é que vê este tipo de justificação dos responsáveis do CDS?
Sobre as questões políticas inerentes a essa afirmação falarei em momento oportuno. A questão, para mim, é muito simples: qual é a base legal, estatutária e regulamentar que permite a decisão administrativa da secretaria-geral.
Mas esta é também uma questão política. Há uma parte do CDS que está contra o seu regresso ao partido, principalmente por ter fundado um novo partido e ter feito críticas muitas duras a Paulo Portas quando ele estava na liderança.
Não quero falar sobre a questão política. A questão exclusiva, para mim, neste momento, é tentar saber qual é a base legal com que esta decisão de não decidir foi tomada. O_CDS tem estatutos e as admissões baseiam-se também em regulamentos.
O que está em causa é que a direção devia dar aval à sua refiliação, porque a concelhia da Póvoa do Varzim já aprovou. É isto?
É isso que está nos estatutos e é isso que está no regulamento. É assim que interpreto os estatutos e o regulamento. Mas se há outra leitura então que ela seja comunicada. No fundo, esta decisão deve ser explicada.
Ainda não teve resposta da direção do partido…
Não tive qualquer resposta. Esta pergunta foi também feita pela concelhia da Póvoa do Varzim e a concelhia também não obteve qualquer respostas. Há uma diferença entre a lei da força e a força da lei e, portanto, do que se trata aqui é apenas de dar resposta a uma pergunta muito simples: qual á a norma legal, estatutária e regulamentar que justifica aquilo que está a acontecer. Não é difícil responder a uma pergunta tão simples.
Como é que interpreta este silêncio da direção? Já passou mais de um mês…
Sim. Entreguei a ficha de filiação no dia 19 de setembro. A deliberação da concelhia foi no dia 23 de setembro já estamos em novembro. Passaram praticamente dois meses.
Não há, no seu entender, não há nenhuma base legal para a decisão da direção do CDS?
No meu entendimento não há nenhuma base legal, mas posso estar errado e pode haver outra interpretação da lei e dos estatutos do CDS. O que defendo, no caso de existir outra interpretação da lei e dos estatutos, é que essa interpretação seja dada a conhecer.
Várias pessoas do CDS têm criticado a direção do partido durante este processo. Ficou surpreendido com esse apoio tantos anos depois de ter deixado o partido?
Não fiquei surpreendido, porque isso corresponde àquilo que sinto há mais de um ano.
Sentiu que tinha apoios para regressar ao partido?
Isso foi-me sendo transmitido ao longo do último ano.