As forças políticas que concorreram às eleições europeias de 26 de maio já entregaram as suas contas de campanha na entidade das contas e houve algumas derrapagens, compensação de receita e poupanças substanciais. No total foram gastos cerca de 4,8 milhões de euros. Os partidos que mais gastaram acima do previsto foram o PS e o Bloco de Esquerda. Se somarmos os gastos a mais das duas forças, dá um total de 734 713 euros.
Os socialistas tinham orçamentado 1,25 milhões de euros para a campanha encabeçada por Pedro Marques, mas gastaram mais 431 313,20 euros do que o previsto, ou seja, 1,6 milhões. A maior fatia destes gastos foi para comícios, espetáculos e caravanas: 366 651,93 euros. O PS saiu vencedor da noite eleitoral.
Do lado do Bloco de Esquerda, a campanha liderada por Marisa Matias deu frutos: o partido conseguiu um segundo mandato, o do eurodeputado José Gusmão, mas quase igualou o orçamento do PSD (881 mil euros), a segunda força mais votada.
Inicialmente, os bloquistas tinham previsto gastar pouco mais de 576 mil euros, mas acabaram a desembolsar 879 mil, mais 303 mil euros do que o previsto. Este valor foi distribuído entre custos operacionais e propaganda. O partido liderado por Catarina Martins teve de contribuir com mais 300 mil euros do que o previsto para as receitas.
Os sociais-democratas tinham previsto gastar, inicialmente, 890 mil euros, mas ficaram-se pelos 881 mil, com uma poupança de 8461 euros. A CDU perdeu um mandato (ficou com dois), mas também poupou na campanha. A coligação, encabeçada pelo comunista João Ferreira, chegou a apresentar um orçamento de 850 mil euros, a título de estimativa, antes das eleições de maio. Feitas as contas, os comunistas gastaram 688 892,95 euros, tendo tido uma receita de 690 mil. O diferencial positivo de 1600 euros ficou registado na entidade das contas a título de juros.
O CDS, um dos derrotados dessa noite, não conseguiu cumprir a meta de eleger um segundo deputado. Estimou gastar 312 mil euros, mas desembolsou mais 151 918 euros (463 918 euros no total). Os centristas acabaram por apresentar uma receita de 456 598 euros, entre a subvenção e a contribuição do próprio partido.
No balanço de ganhos e gastos eleitorais, o PAN será talvez o que mais conseguiu os seus objetivos. O partido de André Silva poupou cerca de 10 700 euros face ao inicialmente orçamentado. Assim, o PAN conseguiu eleger o seu primeiro eurodeputado – Francisco Guerreiro – e ser contido nas contas.
O PDR, de Marinho Pinto, falhou a eleição, mas ainda assim apresentou gastos superiores a 84 mil euros, o mesmo valor de receita – isto sem direito a subvenção pública.
Já o Partido Trabalhista Português (PTP) tinha um orçamento mais remediado, com mil euros, mas ainda assim superou-o em 286 euros.
A força política que mais distante ficou entre o valor previsto e o realmente gasto foi a coligação Basta, liderada então por André Ventura. Esta coligação apresentou um orçamento de meio milhão de euros mas, segundo os dados finais apurados, só desembolsou 24 316,77 euros.
O Partido Nacional Renovador (PNR), o Nós, Cidadãos! e o Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) não entregaram as contas finais à entidade que fiscaliza os números dos partidos.
De realçar que o Aliança gastou cerca de 3 mil euros, o PCTP/ MRPP mais de 11 mil euros, abaixo do previsto, o MAS desembolsou 3835 euros, dentro do orçamentado, e o Livre 7851,78 euros. O Iniciativa Liberal gastou 37 mil euros acima do previsto (28 mil euros).