O Presidente da República deu razão ao Governo e considerou a proposta da presidência finlandesa da União Europeia (UE) de orçamento plurianual para 2021-2027 “inaceitável”.
"O que disse o primeiro-ministro é o que pensa o Presidente da República. Aquela proposta é inaceitável. É inaceitável da ótica de Portugal. Nós defendemos exatamente o oposto daquilo: o reforço da capacidade orçamental da Europa", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas à margem de uma sessão do programa Desportistas no Palácio de Belém.
O Presidente da República defendeu que "uma Europa que se quer forte tem de ter coragem de ir mais longe em termos orçamentais", frisando que o quadro financeiro proposto não vai ao encontro do que é defendido pelo Governo português, sendo “sobretudo, muito negativo para a Europa”, acrescentou.
"A Europa tem de dar um sinal, mesmo para o mundo, de que acredita em si mesma. E a proposta finlandesa é uma proposta muito tímida, muito insuficiente, muito aquém daquilo de que a Europa precisa neste momento e no futuro imediato", explicou Marcelo.
Recorde-se que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que o Governo português considera "inaceitável" a proposta da presidência finlandesa. "Continua a não ser uma base de trabalho aceitável", disse o governante à agência Lusa.
A EU começou a negociar o seu orçamento para o período 2021-2027. Na base destas negociações está a proposta da Finlândia, que está neste momento a exercer a presidência rotativa do Conselho. Esta proposta prevê despesas num total de 1,087 biliões de euros, 48.000 milhões abaixo do plano inicial da Comissão Europeia e assenta numa contribuição nacional de 1,07% do rendimento nacional bruto (RNB) de cada Estado-membro.