O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente condenou o Governo, esta quarta-feira, pela visita de Benjamin Netanyahu a Portugal, que vai durar dois dias. A organização considera “inaceitável” que o Executivo “se preste a acolher o encontro” entre o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e o primeiro-ministro israelita. “Mas é ainda mais grave e motivo de justas inquietações que o primeiro-ministro português se disponha, também ele, a receber Netanyahu", considera a organização.
Netanyahu declarou esta quarta-feira, ainda em Telavive, que o encontro com Pompeo se vai concentrar no reforço da aliança defensiva entre Israel e os EUA, nomeadamente no "futuro reconhecimento norte-americano da aplicação da soberania israelita no vale do Jordão".
Para a organização, as declarações do primeiro-ministro israelita resumem-se “à coordenação de ações de desestabilização no Médio Oriente tendo por alvo e pretexto o Irão, como acontece na Síria, e à preparação da anexação de uma parte importante da Cisjordânia, numa nova e gravíssima violação do direito internacional e do direito do povo palestino à autodeterminação e ao seu Estado independente".
O movimento acusa Netanyahu de ter um “papel altamente desestabilizador em todo o Médio Oriente”, devido à continuada ocupação de territórios palestinos, agressões e crimes de guerra contra a Faixa de Gaza e questiona o Executivo português acerca do seu papel. "O que tem o governo português a tratar com alguém que, além do cortejo de crimes e ilegalidades, está em mera gestão de assuntos correntes e, que além disso, foi formalmente acusado no seu país por crimes de corrupção?", escreve o movimento, em comunicado.
O primeiro-ministro israelita foi recentemente acusado em três casos de corrupção e já falhou por duas vezes este ano a formação de um executivo.
O encontro entre António Costa e o seu homólogo israelita está marcado para quinta-feira, e terá como tema as relações bilaterais entre Portugal e Israel, segundo fonte oficial do Executivo garantiu à agência Lusa.