O Chega fez saber que vai questionar formalmente o primeiro-ministro sobre as razões que levam António Costa a não depor presencialmente no caso de Tancos.
O partido liderado por André Ventura defende que o facto de Costa não estar presente para testemunhar lança “suspeitas sobre a sua idoneidade” em todo este caso: “A decisão tomada pelo Conselho do Estado e, tão bem acatada pelo senhor primeiro-ministro, em não permitir que António Costa possa depor presencialmente no caso Tancos, mais não faz do que, primeiro, lançar suspeitas sobre a sua idoneidade em todo este processo que envergonha a esfera militar portuguesa; e, segundo, mostrar uma atitude de desdém pelo trabalho levado a cabo pelas instituições judiciais que investigam o caso”, refere o Chega, em comunicado.
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“O primeiro-ministro parece não ter a consciência – ou se calhar tem, o que ainda agrava mais a sua conduta – do quão condenável é a necessidade de ter havido uma insistência para o ouvir – leia-se ‘ler’ – a propósito de tudo o que sabia sobre o desaparecimento das armas”, lê-se no comunicado.
Recorde-se que o Conselho de Estado autorizou António Costa a depor por escrito, na qualidade de testemunha, no processo de Tancos. "A totalidade das respostas recebidas dos Conselheiros de Estado traduz uma autorização unânime no sentido indicado", refere a nota publicada no site da Presidência da República. Isto porque no início de dezembro o juiz Carlos Alexandre para que fosse "submetido à consideração daquele superior Conselho" o pedido de autorização para ouvir o primeiro-ministro presencialmente. António Costa foi arrolado como testemunha pela defesa do ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes.