O Governo de António Costa vai avançar com a criação de um gabinete de segurança na saúde. O anúncio foi feito logo após o encontro entre Marta Temido e Eduardo Cabrita, em que estava destinada a discussão de novas medidas de segurança para os profissionais de saúde.
Em declarações aos jornalistas, a ministra da Saúde salientou que com o “apoio do ministério da Administração Interna relativamente à identificação de medidas”, na reunião onde foram analisados os “contextos dos incidentes recentes”, resultou na criação de um gabinete “à semelhança do gabinete de segurança escolar que está sob a alçada do Ministério da Educação".
Os dois ministérios vão trabalhar em conjunto de forma a "dispor de uma abordagem sistemática do que são as questões de violência contra profissionais de saúde".
Este gabinete ficará responsável pelos "aspetos preventivos, acompanhamento de situações de risco, formação de profissionais, identificação de ameaças, registo de notificações de episódios de violência" e, perante estes dados, "definir estratégias para contrariar a violência que totalmente repudiamos".
Por sua vez, Eduardo Cabrita explicou que será colocado “de imediato um oficial das forças de segurança junto do gabinete da senhora ministra da Saúde que irá coordenar a avaliação das áreas de maior risco que estão identificadas pelas forças de segurança". Para além da coordenar a avaliação das situações de risco, este oficial deverá também proceder à "avaliação das características físicas, numa perspetiva de segurança, de algumas instalações de saúde".
Segundo dados divulgados pelo Governo, esta segunda-feira, nos primeiros nove meses de 2019 foram reportados 995 casos de violência contra profissionais de saúde no local de trabalho, através da plataforma criada pela Direção-Geral de Saúde (DGS). Segundo a mesma nota, em 2018 houve, na totalidade, 953 casos registados, dos quais 80& correspondem a injúrias.