Sara Madruga da Costa, Paulo Neves e Sérgio Marques. Foram estes os três deputados do PSD/Madeira que ‘furaram’ a indicação da bancada social-democrata e se abstiveram na votação do Orçamento do Estado para 2020 na generalidade.
Esta posição já tinha sido anunciada antes da votação por Miguel Albuquerque: «A nossa posição será uma posição de abstenção na generalidade, uma vez que está consubstanciado no Orçamento uma das obras mais importantes para a história da Madeira que será o cofinanciamento do novo hospital», justificou o presidente do Governo Regional.
Questionado sobre possíveis procedimentos disciplinares dirigidos aos três deputados, Albuquerque não se mostrou preocupado: «Não quero saber. Essa foi a indicação que dei aos deputados», afirmou o social-democrata, frisando que «primeiro está o interesse da Região Autónoma da Madeira».
Não foram estes três votos que permitiram a viabilização do Orçamento do Estado. No entanto, Rui Rio lembrou que existe disciplina de voto e que têm de ser tiradas consequências desta posição. «Tenho a obrigação de comunicar ao Conselho de Jurisdição Nacional, que é o órgão próprio para avaliar se move um processo disciplinar ou não aos três deputados», disse o líder do PSD no final do debate parlamentar.
Rio revelou que soube da posição do PSD-Madeira na manhã da votação pelos media e pelos próprios deputados. O SOL apurou que os três deputados pediram uma reunião a Rui Rio, umas horas antes da votação nesta sexta-feira, para lhe comunicarem que não iriam acolher a disciplina de voto, ou seja, que não votariam contra .
«Compreendo a posição dos deputados. Aliás, foram eles que me comunicaram [a sua posição] esta manhã. Percebo a posição deles por força da pressão que foi exercida pelo PSD/Madeira, pela comissão política regional da Madeira. Lamento acima de tudo ter sabido isso pela comunicação social», frisou o líder social-democrata, frisando que «não competia» aos deputados tomar esta posição, mas sim ao líder do PSD-Madeira.