No encerramento das jornadas parlamentares do PS, António Costa admitiu que ninguém governa sozinho, que é preciso estar aberto ao diálogo, mas que tudo tem de ser feito com muita calma, sem dar um ‘passo maior que a perna’.
“Só quem tem mesmo muita pressa de precipitar o fim da legislatura é que pode querer ter vontade de, logo no primeiro orçamento, fazer tudo aquilo que se comprometeu fazer ao longo de quatro anos", afirmou o líder socialista. Costa reconheceu que existe, de facto, muita vontade de pôr as coisas a andar, mas é preciso seguir a ‘fórmula do sucesso’ da anterior legislatura: “darmos o passo que era possível para garantir que continuava a haver caminho para andar. Nunca darmos o passo maior do que a perna. Darmos sempre cada passo seguro”.
Mas o secretário-geral do PS sabe que, por muito pequenos que sejam os passos, devem ser sempre dados em companhia: "É evidente que, com maioria ou sem maioria, ninguém governa sozinho em Democracia. E nós governamos com o conjunto dos portugueses e com o conjunto dos partidos existentes na Assembleia da República. Por isso, teremos sempre uma postura dialogante".
Assim, o primeiro-ministro admitiu que o Governo está “aberto a considerar as propostas dos outros”. “Este foi o melhor orçamento que já apresentámos mas, como dissemos, nada impede à Assembleia da República de o poder melhorar no debate da especialidade”, reconheceu.
No discurso de encerramento, António Costa aproveitou ainda para falar sobre outro tema polémico: o IVA da eletricidade.
“Que podemos também reduzir o custo através da redução do IVA, sim. Mas a redução acrítica do IVA de uma forma generalizada para tudo e para todos é, em primeiro lugar, socialmente injusto e é, sobretudo, irresponsável do ponto de vista ambiental", afirmou o primeiro-ministro. Costa diz que quem defende o combate às alterações climáticas “não pode ser um defensor da redução do IVA da eletricidade a todo o custo e de uma forma indiferenciada".
"Como toda a gente sabe, menos o PSD, não é possível reduzir alterar o IVA em função da natureza do consumidor. Não há um IVA para uns e um IVA para outros", concluiu.