O cartoonista português Vasco Gargalo disse ter recebido várias ameaças de morte por parte da comunidade judaica devido a um cartoon, publicado em novembro, na plataforma online Cartoon Movement."É mais um sinal de que a comunidade judaica não pode ser criticada. Cada vez que isso acontece [é-se] logo acusado de antissemita. É uma perseguição para aniquilar o meu trabalho", disse o português, em declarações à Lusa.
O cartoon mostra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a empurrar um caixão, coberto com a bandeira palestiniana, para um crematório onde está inscrito "Arbeit Macht Frei" (“O trabalho liberta”), uma frase que está presente no campo de concentração nazi de Auschwitz. Apesar de saber que a mensagem "é forte", o português defende que esta é a sua visão sobre o conflito israelo-palestino.
O desenho provocou várias críticas, incluindo da parte da organização judaica internacional de direitos humanos s B'nai B'rith, que afirma que o português está a "demonizar o Estado de Isareal" ao compará-lo com o regime nazi.
O cartoonista português afirma que esta publicação pode fazê-lo perder o Prémio Plumes Libres, atribuido pela revista Courrier International, em novembro do ano passado. "Não me incomoda a retirada do prémio, não vai influenciar a minha forma de desenhar. No dia em que me sentir pressionado deixo de fazer o meu trabalho. O que eu quero saber é até que ponto uma publicação como o Courrier International defende a liberdade de expressão, se ceder a pressões internacionais", afirmou.
Vasco Gargalo diz que vai apresentar queixa à associação Cartooning for Peace da situação e promete continuar a lutar "pela liberdade de expressão e pela liberdade de imprensa".
O crematório #natanyahu #Israel #israel #Palestine #PalestineUnderAttack #BenjaminNetanyahu pic.twitter.com/gbZ0pRPDMt
— Vasco Gargalo (@vascogargalo) November 15, 2019