As autárquicas de 2021 são um teste às lideranças do PSD e do CDS e já existem nomes a circular nos bastidores dos dois partidos para as principais câmaras do País: Lisboa e Porto.
No passado domingo, o comentador televisivo Marques Mendes, (antigo líder do PSD), lançou, na SIC, mais três figuras dos sociais-democratas para o debate autárquico: Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascas, Miguel Poiares Maduro, antigo ministro-adjunto e Filipa Roseta. Mas, há um dado importante a reter. Na capital, o CDS também faz contas à vida e o presidente da distrital do CDS/PP, João Gonçalves Pereira, defende que “se a direita quer ganhar a Câmara Municipal de Lisboa deve unir-se e deve entender-se. Da parte do CDS há total disponibilidade para esse entendimentos”. Leia-se uma coligação pré-eleitoral.
E a disponibilidade da distrital (que terá de ser sempre concertada com o presidente do CDS) é igual a de 2017: “Da parte do CDS há total disponibilidade para um entendimento seja com o PSD, seja com outras forças políticas como já aconteceu em 2017”, declarou ao i o também vereador em Lisboa.
Esta discussão coloca-se, nesta fase, por duas ordens de razão. Primeiro, na semana passada os líderes do PSD e do CDS reuniram-se na sede dos sociais-democratas e um dos temas foi mesmo a estratégia das autárquicas de 2021. Francisco Rodrigues dos Santos, o novo presidente do CDS-PP, considerou ao Expresso que a vereadora Assunção Cristas ( e sua antecessora) “é um ativo valioso sendo também a líder da oposição ao PS na capital”.
Da distrital de Lisboa do CDS, João Gonçalves Pereira alinha na mesma ideia: “Em relação à questão dos nomes, se houvesse a disponibilidade da parte dela, [Assunção Cristas] Lisboa estaria em boas mãos”.
Ora, neste ponto, quando nenhum dos partidos (PSD e CDS) discutiu ainda as personalidades para as autárquicas, há ainda outro aspeto a avaliar. Nas últimas autárquicas, em Lisboa, Cristas ultrapassou o PSD nas votações. Teve 20,59% contra os 11, 22% do PSD. Por isso, não será de estranhar que os centristas queiram, em eventuais negociações, lembrar esses resultados. Na década de 80, quando Krus Abecassis liderou uma coligação do CDS com o PSD, o processo também teve por base resultados eleitorais prévios, favoráveis ao CDS. Porém, no PSD será muito difícil encontrar lastro à tese de que um candidato à maior câmara do País não pertença ao PSD.
Para já, o PSD só está a trabalhar na constituição da comissão eleitoral autárquica e na reunião com autarcas, anunciada na passada semana. Ou seja, não há nomes e a comissão só estará fechada dentro de duas a três semanas.
No passado domingo, o também conselheiro de Estado Marques Mendes considerou, na SIC, que Carlos Carreiras seria um “candidato fortíssimo” em Lisboa, por ser um autarca “modelo” do PSD. Contactado pelo i, o autarca de Cascais optou pelo silêncio: “Eu não tenho comentários a fazer”.
Mendes apontou ainda baterias ao prestígio de Miguel Poiares Maduro ou a Filipa Roseta, atual deputada (que foi vereadora na câmara de Cascais).
Estas versões têm corrido nos bastidores do PSD, mas não passam disso mesmo. Versões.
No Porto, existe, sobretudo, uma incógnita: Rui Moreira, autarca da Invicta, será , ou não, recandidato a mais um mandato?. A resposta a essa pergunta pode condicionar as escolhas do PSD, segundo fontes sociais-democratas ouvidas pelo i.