O primeiro debate quinzenal de 2020, findo o período de análise e de votação do Orçamento do Estado, arrancou com três perguntas do presidente do PSD, Rui Rio, quase duas semanas depois do congresso social-democrata. O tema, que tem dominado a agenda é a eutanásia, mas o assunto não entrou na lista de argumentos pela mão do presidente do PSD.
Rui Rio quis saber se Portugal vai perder fundos europeus com a suspensão da linha circular do Metro em Lisboa e perguntou se o "governo fala verdade ou o governo mente?". Em causa estava a informação de que Portugal poderia perder cerca de 200 milhões de euros de fundos vindos de Bruxelas, ou 83 milhões de euros. O líder do PSD quis saber qual era o valor e se o país perdia esse dinheiro: "Afinal em que ficamos? Põe ou não em perigo a utilização de uma dada verba de fundos comunitários?", atirou Rui Rio com um registo de que é preciso "falar verdade" aos portugueses.
O primeiro-ministro assegurou que o está em causa são os 83 milhões de euros. Mas será "materialmente impossível" alocar essa verba a outras linhas como a de Loures ou a de Alcântara. "Já não é materialmente possível realizar a linha de Loures ou a de Alcântara com a linha do PT2020", afiançou Costa, recordando que o processo se iniciou em 2008 e até foi negociado pelo governo PSD/CDS, ou seja, por Pedro Passos Coelho, antecessor de Rui Rio na liderança.
Rui Rio ainda quis saber se já foram feitas expropriações e acusou o ministro do Ambiente de ter faltado à verdade, ou, no português "antigo", de mentir no caso de perda de fundos ou nas expropriações. Isto porque António Costa disse não saber se já se tinham verificado ou não as referidas expropriações. Rio até lhe sugeriu a Matos Fernandes que passasse um "papelinho" ao primeiro-ministro para esclarecer o Parlamento.
Entretanto, tanto o PS como o Bloco de Esquerda começaram as suas intervenções a falar do caso do jogador do Futebol Clube do Porto Marega, alvo de racismo num jogo de futebol. As duas forças políticas condenaram este caso e Catarina Martins, coordenadora do BE, pediu que outras forças políticas se associassem ao repúdio contra este caso de racismo.