Se os prognósticos não falharem, o Parlamento pode vir a aprovar hoje, na generalidade, a despenalização da morte assistida, abrindo-se um debate na especialidade que não será fácil – a começar na pressão para um referendo (com o deputado do PSD Pedro Rodrigues a preparar uma iniciativa nesse sentido) e na recolha de assinaturas para uma iniciativa popular de consulta que já tem entre 38 mil e 40 mil assinaturas (faltam 20 mil).
Pelo caminho, gerou-se ontem uma guerra no PSD pelo referendo. A direção considera que “não tem sentido de oportunidade”, Pedro Rodrigues deve insistir e o caso pode chegar ao conselho nacional do partido.
Com liberdade de voto tanto no PS como no PSD, as contas fazem-se à unha porque haverá hoje votação nominal (contagem um por um dos parlamentares). Entre os socialistas haverá cerca de dez nomes que não votarão a favor da proposta do PS (abstêm-se ou votam contra). É o caso de Joaquim Barreto, que se absterá hoje (já informou a direção da bancada), e de Pedro Cegonho, que votará contra. O deputado do PS e ex-presidente da Associação Nacional de Freguesias (Anafre) explicou ao i os motivos da sua decisão, sublinhando que parte para esta discussão com dúvidas. Mas argumenta que o seu sentido de voto resulta de três ordens de razões.