No seu livro Grandes Momentos da História da Humanidade, Stefan Zweig descreve como os espanhóis, no início dos 1500, usavam e trucidavam os índios das Américas na sua obstinada perseguição do ouro. O episódio termina contando como Francisco Pizarro atraiçoou o seu amigo Vasco Nuñes de Balboa e se apoderou, através da cabeça decepada deste, da chefia das campanhas posteriores que fizeram dele uma celebridade ocidental. Tantas e tantas cabeças tiveram de rolar no cepo ou na espada até que Pizarro brilhasse, ainda mais, no firmamento dourado.
Quando a Espanha ‘perdeu a energia’, os que ficaram em cada país independente da ‘América espanhola’ foram os descendentes de Pizarro, na altura traficantes ‘burgueses’ explorando os mesmos índios e cada porto de mar que havia. O sonho liberal e libertador de Bolívar, derrotado em cada linha (por quantas traições iguais à de Pizarro) foi esconder-se na profundidade das almas de índios e pobres brancos.
Quando, passados 200 anos, Hugo Chávez fez renascer Bolívar, com ele se levantaram os muitos milhões de Ningunos que povoam, em larga maioria, toda aquela ‘América Latina’. Com eles vieram Lula, Pepe Mujica, Correa, Nestor e Cristina Kirshner, Daniel Ortega, Salvador Cerén, Manuel Zelaya, Leonel Fernandez, Ollanta Humala e, como cereja em coma do bolo, o índio Evo Morales. Bolivar renasceu e, por breves momentos, a Ética e a Utopia pareceram retomar o caminho. Os ‘cadernos eleitorais’ que serviam (quando não as balas) para ‘justificar’ o poder das oligarquias Pizarristas tiveram de triplicar, para incorporar os milhões de Ningunos cuja existência, espalhados por nenhures, era ‘desconhecida’ até da Santa Madre Igreja.
O Brasil, tendo nascido bem com espíritos brilhantes como o Padre António Vieira, D. Pedro I e D. Pedro II (que entregou o poder à República), manteve sempre, apesar dos esforços do Império e dos ‘Coronéis’, componentes libertários e de Dignidade Humana frequentemente visíveis na sua história política, social e cultural. Dizem que tal resultou da ‘natureza dos portugueses’ na sua busca pelo ‘V Império’ (de Paz e de Justiça) relembrado por Agostinho da Silva. Por isso, Bolsonaro será o primeiro a cair, na próxima ‘volta da nora’ da História.
Lopez Obrador, quanto mais não seja, já ficará lembrado por ter obrigado o Império a trocar, pela construção do ‘muro do Trump’, a anterior técnica de mandar matar anualmente (pelos seus filhotes narcotraficantes mexicanos) cerca de 100.000 emigrantes ‘latinos’ pelo corte das respetivas cabeças com motosserras. É um notável ‘passo civilizacional’!
Ao contrário, Portugal do PS e da ‘geringonça’ degradou-se ao ponto de se transformar num instrumento rasca do pior que há na Humanidade, dos Pizarros exterminadores de vidas e dignidades. Sim, este Governo e todos os seus apoiantes calados e cúmplices (mesmo aqueles que se dizem ‘cristãos’) são a personificação do ‘Guaidó’, o símbolo do retrocesso histórico, civilizacional e humano na América Latina.
Tão rasca e lacaio é este Governo mais a turba de silenciosos que sacrificam, ao serviço do Império, as nossas Diásporas em Angola, Moçambique, Venezuela ou quaisquer outras!…
Socialistas? Sociais-democratas? Comunistas? Moderninhos de Esquerda?
Que inversão histórica! Que traição à Humanidade!
Iguais ao Pizarro! Mas não lhes caberá nem um grama de ouro. Só a desgraça dos portugueses!