O número de profissionais de saúde infetados em Portugal já passou a barreira dos 2 mil. O novo balanço foi feito esta quinta-feira pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales: até à data foram reportados 2131 casos de covid-19 neste grupo, dos quais 396 médicos, 566 enfermeiros e os restantes 1169 dispersos entre assistentes operacionais, assistentes técnicos e outros profissionais.
São mais 280 casos reportados na última semana, já que o último balanço, há uma semana, era de 1800 profissionais de saúde infetados. O pessoal de saúde representa assim 11,3% dos casos no país mas a percentagem sobe para 14,9% se se excluir o universo de doentes com mais de 70 anos, à partida reformados. Depois de um barómetro da Escola Nacional de Saúde Pública ter revelado que 60% dos profissionais suspeitos de ter contraído o vírus não ficam em vigilância ativa e só um quarto foi testado nas primeiras 24 horas, Graça Freitas defendeu que este é um grupo especial que pode auto-reportar a deteção de sintomas. A diretora-geral da Saúde disse ainda que a indicação quando não há sintomas é para isolamento de 14 dias, o tempo máximo de incubação, e que o teste não tem de ser logo feito.
O timing para o levantamento do atual confinamento foi outro dos temas do briefing, numa altura em que as regras do novo período de estado de emergência admitem já a reabertura gradual de serviços. Graça Freitas disse que os critérios para aferir a altura ideal para descomprimir as medidas ainda estão em estudo e que não existe “um número milagroso”. Na Noruega, foi proposto um R0 de 0,7 (quando um caso infetado gera 0,7 novas infeções), valor que também está a ser considerado em Portugal mas poderá ter de ser adaptado à realidade nacional, avisou. Atualmente, os peritos que trabalham para a DGS estimam que o R0 em Portugal seja de 1,1, com “pequenas variações regionais”, disse Graça Freitas.