A Confederação Empresarial de Portugal (CEP) afirma que a "expectativa individual e coletiva" de que se vão "perder 400 ou 500 mil empregos" e que "milhares de empresas" vão fechar portas deve ser alterada. E para alterar este cenário é necessário que o Governo tome uma atitude. Daí a CEP ter enviado uma proposta ao primeiro-ministro, António Costa, há duas semanas e meia, com algumas medidas que devem ser tomadas pelo Governo. "A pandemia oferece-nos dois caminhos: ou nos dobramos às consequências provocadas pelo Covid-19 ou vencemos as previsões económicas. Ou ficamos à espera do pior ou agimos e definimos o nosso rumo", aponta a confederação.
"As previsões nacionais e internacionais dão como certa uma catástrofe social e económica sem igual. Atiram para o chão as nossas expectativas e quebram a nossa confiança. Levam-nos a aceitar de antemão o que é inaceitável. Não tem de ser assim", salienta a CEP, afirmando que o Governo "está a tempo de reagir à altura das circunstâncias" e defende que o país não deve esperar pelas decisões da União Europeia, que apelida de "União dividida".
A CEP defende no seu plano de ação sete ideias para garantir a sobrevivencia das empresas.
1. Garantias de Estado convertíveis em incentivos a fundo perdido: 20 mil milhões de euros;
2. Garantias de carteira Banco Europeu de Investimento (BEI) / Fundo Europeu de Investimento (FEI): 10 mil milhões de euros;
3. Benefícios Fiscais com garantia de Estado para desconto na banca;
4. Crédito à exportação e importação com seguros de crédito associados;
5. Pagamento a pronto do Estado aos fornecedores;
6. Sistema de pagamento automático entre empresas com base no e-fatura;
7. Regime de insolvências adequado à atual crise e ao teletrabalho.
"O Governo tem de colocar as previsões no seu devido lugar – previsões não são certezas – e deve trocá-las por políticas públicas fortes, imediatas e responsáveis", defendem, apontando que outros países estão a seguir este caminho, que a confederação aponta como o mais correto. "Não apoiam apenas com crédito, que só adia o problema. Avançam dinheiro para compensar a paralisia económica. Assumem programas virados para o dia seguinte à pandemia. É simples: apoiar o emprego é mais útil do que pagar o desemprego", apontam.