A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) quer que os restaurantes reabram ao público em Portugal, desde que seja cumprido um conjunto de regras que proteja e defenda os trabalhadores e clientes.
A associação reuniu-se esta semana com o primeiro-ministro António Costa, o ministro da Economia Pedro Siza Vieira, a secretária de Estado do Turismo Rita Marques, e o secretário de Estado da Saúde António Sales, para abordar a implementação de um plano que permita aos restaurantes funcionar, já após o atual período do estado de emergência.
Em comunicado, a AHRESP defende a criação de um guia de procedimentos que inclua várias regras, como a limitação da lotação máxima dos restaurantes ou o controlo da temperatura corporal de colaboradores e clientes à entrada dos espaços. A entidade liderada por Mário Pereira Gonçalves também defende a definição de regras de higiene pessoal e de distanciamento social (como zonas de isolamento) e de limpeza e desinfeção na preparação e confeção dos alimentos, menus e serviços.
Segundo a AHRESP, apenas a implementação destas regras permitirá a reabertura dos restaurantes, que considera estar dependente “da definição de regras específicas nas áreas de saúde, higiene e segurança para clientes, trabalhadores e instalações, bem como de apoios às empresas, particularmente no que diz respeito à manutenção dos postos de trabalho, bem como à compra de equipamentos de proteção individual e medidores de temperatura”.
A implementação destas medidas foram discutidas numa reunião da AHRESP na terça-feira, com o primeiro-ministro António Costa, o Ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, a Secretária de Estado de Turismo, Rita Marques, e o Secretário de Estado da Saúde, António Sales. “A Associação considera que estas medidas são fulcrais para a continuidade da atividade das empresas e manutenção dos postos de trabalho”, refere ainda o comunicado da entidade.
Layoff é para manter. À saída do encontro, Carlos Moura, vice-presidente da AHRESP, defendeu o prolongamento do mecanismo de layoff simplificado para os restaurantes, durante a fase da retoma – possibilidade que o ministro Siza Vieira já admitiu vir a ser possível –, considerando que só assim será possível aos estabelecimentos recuperarem gradualmente a sua atividade, mantendo os postos de trabalho. “Não é possível fazermos uma retoma (…) se não houver manutenção de alguns apoios para que as empresas sobrevivam e não tenham de fazer despedimentos por extinção de postos de trabalho ou despedimentos coletivos”, afirmou o dirigente.
Recorde-se que muitos restaurantes se mantém encerrados desde o dia 18 de março, embora alguns tenham encontrado nos serviços take-away alternativas para mitigarem as perdas que, segundo as últimas estimativas, se situam entre os 40% e os 70% da faturação normal.