Máscara obrigatória, validação de título e até uma fita como medida de segurança nos autocarros. O estado de emergência devido ao novo coronavírus termina já esta semana, no próximo dia 2 de maio, e a partir daí os transportes públicos voltam a sofrer alterações no que respeita à sua utilização, libertando gradualmente as medidas de restrição.
Nos autocarros, por exemplo, o i sabe que está a ponderar-se a abertura da porta da frente das viaturas, com o objetivo de facilitar a entrada dos passageiros para a validação dos bilhetes, mas são regras que ainda não estão totalmente definidas.
No entanto, mantém-se o número máximo de passageiros a transportar – um terço da lotação da viatura. “Nos autocarros, existirá a proibição de os passageiros se sentarem nos primeiros lugares junto ao motorista, na primeira fila. Haverá também uma fita que permitirá definir a distância de segurança necessária entre o condutor e os passageiros”, confessou, ao i, Fernando Fidalgo, da Federação dos Sindicatos dos Transportes (Fectrans), reforçando a utilização obrigatória de máscara em todos os transportes.
Nos comboios, as medidas praticamente não se alteram e, nos táxis, as proteções físicas que já existem entre o condutor e o passageiro vão continuar a ser utilizadas. “Acredita-se que poderá haver um acréscimo de procura devido ao aproximar do fim do estado de emergência. Mas neste momento a maior parte dos táxis está parada. Não há pessoas a viajar. É um setor muito complicado. Com mais pessoas, o Governo terá de arranjar outra opção, porque haverá obviamente mais pessoas a viajar nos transportes. Estou, claro, a falar dos táxis tradicionais. Quanto aos outros, não temos qualquer conhecimento, tais como os veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica, a TVDE”, admitiu.
Certo é que gerir o aumento de passageiros a partir de maio com lotação máxima reduzida a um terço da sua capacidade, para assegurar o distanciamento social aconselhado, é um dos fatores desafiantes neste setor dos transportes. “Grande parte das pessoas está confinada. Vão regressando aos poucos ao trabalho e, para isso, utilizam os transportes públicos. É necessária uma avaliação para uma melhor adaptação posterior a tudo isto”, atirou Fernando Fidalgo.
Contactado pelo i, André Matias de Almeida, porta-voz da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), explicou que estas medidas ainda não foram divulgadas, mas que está a aguardar que o Governo defina o que será feito nos transportes públicos a partir de 2 de maio.
Validação de bilhetes
Os transportes públicos em Lisboa vão voltar a ser pagos já a partir de maio, passando a ser obrigatória a validação de passes e bilhetes, segundo anunciou este domingo a Área Metropolitana de Lisboa (AML).
“Todos os passageiros devem fazer-se acompanhar de um título de transporte válido, por exemplo passe navegante, que poderão carregar a partir deste domingo nos locais habituais, incluindo a rede de multibancos, evitando, deste modo, a formação de filas ou concentração em locais de venda e minimizando os contactos pessoais diretos”, pode ler-se em comunicado.
Na nota divulgada é ainda referido que vão ser reforçadas as medidas de segurança, proteção e higiene com o objetivo de “fomentar o regresso progressivo à normalidade”. Mas ainda não está garantido que sejam fornecidas máscaras para todos os utilizadores.